Introdução
A Cabanagem foi uma rebelião ocorrida no Brasil de 1835 a 1840, na província do Grão-Pará, que incluía os atuais estados do Pará e do Amazonas. Não deve ser confundida com a Cabanada, um movimento de outro tipo que ocorreu em Pernambuco de 1832 a 1835.
Selo brasileiro em homenagem aos 150 anos do início da Cabanagem, uma rebelião que ocorreu no Brasil, no século XIX.
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A Cabanagem foi uma das muitas revoltas que aconteceram no país nas décadas de 1830 e 1840. Em 1831, havia se iniciado no Brasil o período de Regência, em que o governo era exercido por regentes. O imperador dom Pedro I havia abdicado do trono em 1831 e voltado para Portugal. Seu filho e sucessor, Pedro de Alcântara, tinha apenas 5 anos de idade. Até sua maioridade, os regentes governariam o Brasil.
Início da revolta
A revolta recebeu o nome de Cabanagem porque a maioria dos rebelados era pobre e morava em cabanas nas margens dos rios. Muitos eram indígenas e mestiços, e eram chamados de cabanos.
As condições de vida eram difíceis para grande parte da população do Grã-Pará. Havia muita pobreza, violência e fome.
Os comerciantes e fazendeiros, por sua vez, estavam descontentes com a Regência. Não aceitavam o presidente da província (que equivalia ao governador de hoje em dia) nomeado pelo governo regencial. Além disso, queriam participar mais das decisões políticas locais.
A população pobre e a elite, então, uniram-se para derrubar o governo da província. Um grupo armado composto de negros, mestiços e indígenas atacou Belém. Os rebelados executaram o presidente da província e outras autoridades e tomaram o poder. A rebelião se fortaleceu e se espalhou pelo interior da província.
Os revoltosos declararam a independência do Grão-Pará e proclamaram uma república, afirmando que a província já não fazia parte do Império do Brasil. Para governar o Grão-Pará, escolheram o fazendeiro Félix Malcher. No entanto, Malcher se aliou ao governo regencial, traindo o movimento. Foi executado pelos cabanos e substituído por Francisco Pedro Vinagre e depois por Eduardo Angelim.
Repressão
As tropas do governo regencial receberam reforços de várias províncias e contrataram soldados europeus para reprimir a revolta. Esses soldados estrangeiros eram mercenários, ou seja, lutavam em troca de dinheiro.
Depois de violentos confrontos, em 1836 as forças oficiais cercaram a cidade de Belém e prenderam Eduardo Angelim. Os rebelados ainda resistiram no interior até 1840, mas foram finalmente dominados.
Estima-se que cerca de 30 mil pessoas morreram nos cinco anos de conflito. A cidade de Belém ficou praticamente destruída.
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