sábado, 25 de agosto de 2012

25 de Agosto de 2012: o Centenário de um Revolucionário



- "O Futuro pertence ao Socialismo" (Die Zukunft gehört dem Sozialismus)



- Sempre pra frente, nunca pra trás (Vorwärts immer, rückwärts nimmer)

- "O Muro ficará de pé por 50 ou mesmo 100 anos, se as razões que o fazem permanecer não forem ainda removidas." - Honecker sobre o Muro de Contenção Antifascista em Berlim.



Nascido em 25 de Agosto de 1912, Erich Honecker nasceu filho de um carpinteiro na Alemanha - na época ainda sob o comando do Kaiser.

A uma jovem idade, entrou no KPD - o Partido Comunista Alemão, na época liderado por Ernst Thalmann, e o único Partido que podia peitar a crescente força dos nazistas. Foi também nessa época que viajou á URSS e lá recebeu treinamento.

Porém, o fascismo triunfou. Honecker foi preso em 1935 e trabalhou em colônias prisionais até a libertação da Alemanha pelas tropas soviéticas.

Se tornou amigo de Walter Ulbricht, primeiro Secretário-Geral do SED, o Partido Socialista Unificado da Alemanha. A esta altura já existia a República Democrática Alemã, RDA, Socialista. Honecker foi apontado líder da FDJ ("Juventude Livre Alemã" - a Juventude Comunista)

Conheceu Margot Feist, jovem deputada da Volkskammer (Câmara do Povo, o Parlamento), e com ela se casou. Em 1976, se torna Chefe de Estado da República Democrática Alemã.

Um Marxista-Leninista firme, em sua administração a Alemanha Oriental chega a ser a décima maior economia do planeta. Margot Honecker, sua esposa, se torna Ministra da Educação, chegando inclusive a ajudar a campanha de Alfabetização da Nicarágua.

Em 1986, a traição Gorbatchoviana começa a fincar raízes. É o começo da Perestroika. Fiel a suas convicções leninistas, Honecker resiste. Mas os inimigos do povo triunfam.

Honecker consegue se salvar da prisão por causa de sua saúde. Os Honecker então conseguem asilo no Chile, onde são muito bem recebidos graças ao apoio que deram ao povo chileno contra Pinochet.

Honecker morre em Santiago, em 1994.

Este blog deseja as mais fortes e profundas honras a este grande revolucionário em seu aniversário de 100 anos.


O Comandante Fidel Castro e Honecker. Uma gravura de Lênin pode ser vista por trás.


Com Fidel e a Juventude.


Erich Honecker e Erich Mielke - valente comunista que lutou contra os nazistas na Guerra Civil Espanhola e se tornou líder da Stasi.


Erich Honecker se encontra com Angela Davis - ativista comunista norte-americana pelos direitos das mulheres e dos negros.


Os grandes comunistas Erich Honecker e Kim Il Sung.

Fonte: Blog AK 47

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Onde vamos chegar

Nota:

Ontem dia 13 de agosto, pela minhas andança em Ananindeua, fiquei surpreso e abismado quando deparei-me com um carro plotado na proporcional um  candidato do PT lá do centro de Ananin e no majoritário um partido que tenta destabilizar o governo,  a tucanou. Será traição em plena luz do dia? 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Os grandes feitos da revolução cultural.


A revolução cultural chinesa foi o avanço mais rápido á sociedade comunista,ao suprimir quase que com totalidade as manifestações de capitalismo existentes na china pós-revolucionária.
A grande revolução cultural proletária,nome oficial da revolução cultural começou oficialmente em 1966 e durou até 1976 quando o coração do grande timoneiro Mao Tsé Tung parou de bater.

A revolução cultural guiava-se pela destruição dos 4 velhos(velhas idéias,velhos costumes,velha cultura e velhos hábitos) pela guarda vermelha.Os guardas vermelhos eram estudantes que faziam parte de uma milícia guiada pelo Partido Comunista Chinês.Os guardas vermelhos seguiam a risca o revolucionário livro vermelho,que continha citações do grande timoneiro.



Alguns feitos da revolução cultural:
> A cultura foi revolucionada, e passou a seguir os interesses do povo.
> Pessoas que dirigiam a nação para o capitalismo receberam o que mereciam em sessões humilhantes.
> Burgueses,traidores e capitalistas dento do partido foram expulsos
> Ocorreu a reabilitação em massa de pessoas que erraram,limpando o partido de erros

Infelizmente,Deng Xiaoping e outros revisionistas não foram suficientemente reabilitados,e todos aqueles anos de luta foram estragados em menos de 1 minuto após as reformas capitalistas de Deng.
Mesmo assim, aprendemos muito com a Grande Revolução Cultural Proletária,o maior avanço para o comunismo,e um exemplo a ser seguido.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O que pensava Lênin sobre as eleições?



Existem muitos partidos políticos que afirmam defender o socialismo. Como todo Partido que defende o socialismo, é obrigatório seguir a linha marxista de Lênin. Eles dizem defender a linha marxista de Lênin, mas se eles realmente seguem é outra história.

No Brasil, tanto os partidos que dizem defender Lênin e Stálin quanto os que dizem defender Lênin e Trotsky acabam entrando no jogo das eleições dentro do sistema capitalista (algumas vezes, indiretamente, como é o caso do PCR).

Para uma organização que se diz ‘’leninista’’, isso é um erro grave.

As criticas ás eleições burguesas não saíram da boca de Stalin e tampouco da de Trotsky. Vieram da do próprio Vladimir Lênin.

Os seguintes trechos vêem de um artigo de Lênin escrito em 1919 – ‘’Saudações aos comunistas italianos, franceses e alemães’’:

‘’Só os velhacos e patetas podem acreditar que o proletariado deve primeiro conquistar a maioria nas votações realizadas sob o jugo da burguesia, sob o jugo da escravidão assalariada, e que só depois deve conquistar o poder. Isto é o cúmulo da imbecilidade ou da hipocrisia, isto é substituir a luta de classes e a revolução por votações sob o velho regime, sob o velho poder.’’

‘’O proletariado desencadeia a sua luta de classes sem esperar por uma votação para começar uma greve, embora para o êxito completo da greve seja necessário contar com as simpatias da maioria dos trabalhadores (e, por conseguinte, da maioria da população). O proletariado desencadeia a sua luta de classe, derrubando a burguesia, sem esperar para isso por uma votação prévia (organizada pela burguesia e sob o seu jugo opressor), pois o proletariado sabe muito bem que para o êxito da sua revolução, para o derrubamento com êxito da burguesia é absolutamente necessário contar com as simpatias da maioria dos trabalhadores (e, por conseguinte, da maioria da população).’’

‘’Os estúpidos parlamentares e os Luís Blanc dos nossos dias "exigem" obrigatoriamente votações, organizadas sem falta pela burguesia, para comprovar de que lado estão as simpatias da maioria dos trabalhadores. Mas este é um ponto de vista próprio de fantoches, de cadáveres insepultos ou de hábeis trapaceiros.’’

‘’A revolução proletária é impossível sem a simpatia e o apoio da imensa maioria dos trabalhadores à sua vanguarda: o proletariado. Mas esta simpatia e este apoio não se obtém subitamente, não se decidem em votações, mas conquistam-se numa demorada, difícil e dura luta de classes. A luta de classe do proletariado para ganhar a simpatia e o apoio da maioria dos trabalhadores não termina com a conquista do poder política pelo proletariado. Depois da conquista do poder, esta luta continua, mas sob outras formas. ‘’


domingo, 19 de agosto de 2012

O Movimento Revolucionário Actual e o Trotskismo

O Movimento Revolucionário Actual e o Trotskismo
Introdução

Comité Central do Partido do Trabalho da Albânia

7 de Agosto de 1972


O desenvolvimento do movimento revolucionário da classe operária na época actual, como foi posto em evidência no VI Congresso do Partido do Trabalho da Albânia, exige uma luta consequente, tanto contra o oportunismo de direita dos revisionistas modernos, e é o mais importante, como contra as correntes e as prédicas «esquerdistas», sobretudo contra a actividade perigosa do trotskismo que se reanimou na época actual, desde os anos 60. No seu Relatório ao VI Congresso do Partido do Trabalho da Albânia, o camarada Enver Hoxha disse:
«Assiste-se actualmente a uma recrudescência sem precedentes de diversas correntes anti-marxistas como as dos trotskistas e dos anarquistas, que infiltrando-se nos diversos movimentos de massas, sobretudo de jovens e de intelectuais, tentam pescar em águas turvas, a fim de desviar as massas da via justa e de as levar a perigosas aventuras que conduzem a graves derrotas e desilusões».
Depois de ter lembrado as causas da reanimação do trotskismo, a revista faz realçar alguns traços característicos essenciais do trotskismo actual.
Do ponto de vista filosófico-metodológico, sublinha a revista, o trotskismo actual, tal como o que o precedeu, caracteriza-se pelo subjectivismo voluntarista, que consiste em não ter em consideração as condições objectivas que condicionam o desenvolvimento do movimento revolucionário à escala nacional e internacional, o carácter e as forças motrizes da revolução nas suas diversas etapas. As concepções trotskistas são igualmente o ecletismo e o pragmatismo, a falta de princípios constantes, o apoio em posições inteiramente opostas, a passagem de um extremo a outro, a fusão com as diversas correntes em nome das vantagens da ocasião, etc., que são outras tantas características das ideias trotskistas.
Do ponto de vista político e ideológico, o trotskismo actual caracteriza-se, antes de tudo, pela hostilidade para com o marxismo-leninismo revolucionário. É uma característica geral do antigo e do novo trotskismo. Anteriormente manifestou-se pela atitude hostil de Trotsky para com Lenine e o leninismo. Mais tarde, encontrou a sua expressão nas atitudes hostis deTrotsky e dos trotskistas para com Staline, as suas ideias, a sua obra e a sua direcção. Na época actual, a hostihdade dotrotskismo para com o marxismo-leninismo traduz-se pelo facto dos trotskistas se esforçarem por desviar a atenção do movimento revolucionário e da luta contra o revisionismo moderno e procurarem conduzi-lo a posições anti-stalinistas. Ostrotskistas apresentam sob um aspecto falso, a linha revolucionária marxista-leninista de Staline, qualificando-a de oportunista de direita. E, enquanto passam quase sob silêncio, a luta contra o revisionismo, apontara as baterias sobreStaline e o «stalinismo». Atacam igualmente Mao Tsé-tung e as suas ideias, o Partido Comunista da China e a Revolução Chinesa. Ao mesmo tempo, os trotskistas conciliam-se completamente com os revisionistas modernos nas posições principais. Com os revisionistas, atacam Staline e o Partido Comunista da Cliina, e dão o seu apoio às variantes de diversas correntes do revisionismo.
A cisão do movimento revolucionário da classe operária constitui um dos objectivos e um dos traços mais característicos do trotskismo actual, sublinha a revista.
As oscilações sem princípios «à esquerda» e à direita, a união ora com oportunistas de direita ora com os elementos mais extremistas e os aventureiros «esquerdistas», eis mais um traço característico das concepções e das posiçõestrotskistas.
O principal traço político característico do trotskismo actual, sublinha o artigo, é, como no passado, o facto de ele fazer a revolução em palavras e sabotar e sapar o movimento revolucionário na prática.
Indicando como os trotskistas sapam o movimento revolucionário da classe operária na etapa actual, a revista escreve que, pelas suas prédicas e posições, os trotskistas desintegram e dividem as forças motrizes do processo revolucionário actual. Nos países coloniais e semi-coloniais, onde a classe operária constitui ainda uma classe relativamente limitada, e onde, por consequência, o campesinato representa a maioria da população, a força numericamente superior da revolução, negam a revolução por etapas, negam de facto as possibilidades revolucionárias do campesinato e, por meio de slogans ultra-esquerdistas, afastam-no da classe operária, assim como das outras camadas intermédias. Enquanto nos países capitalistas desenvolvidos, onde a classe operária constitui a força principal de cada verdadeiro movimento revolucionário, ostrotskistas actuais propagam com obstinação o ponto de vista que, nestes países, as forças motrizes da revolução e os verdadeiros dirigentes do movimento revolucionário são, pretensamente, os jovens intelectuais e os estudantes. Ela testemunha claramente o facto da corrente trotskista ser propagada, sobretudo, entre a juventude estudantil, enquanto entre os operários a sua influência é absolutamente limitada. Nesta questão, portanto, a posição dos trotskistas aproxima-se da dos ideólogos burgueses do tipo Marcuse ou dos revisionistas extremistas de direita, de Fischer e outros. Mas sabe-se muito bem que, por muito desenvolvido que possa ser o movimento estudantil, não pode desempenhar um papel positivo efectivo na luta pelo derrubamento do capitalismo, se não se unir ao movimento revolucionário da classe operária e se não colocar sob a direcção do proletariado e do partido proletário marxista-leninista.
Mais longe, o artigo sublinha que a hostilidade dos trotskistas, antigos e novos, para com o movimento revolucionário da classe operária se patenteia claramente na posição para com o problema do partido proletário. O ponto de vista trotskista, nesta questão, pode ser resumido desta maneira:
  1. — Segundo os trotskistas, a existência e a direcção do partido proletário marxista-leninista não é inteiramente indispensávelna luta pelo derrubamento da burguesia e pelo triunfo do socialismo.
    É muito claro que, nesta questão, não há diferença essencial entre o ponto de vista trotskista e o que pregam os revisionistas modernos, jugoslavos, italianos e outros. Sabe-se que tais prédicas têm por objectivo deixar a classe operária sem uma verdadeira direcção revolucionária e servem apenas para sapar a Revolução e para abandonar a classe operária sob a escravatura capitalista.
  2. — Os trotskistas levantam-se contra a direcção indivisível do partido proletário marxista-leninista depois da tomada do poder pela classe operária e, paralelamente aos ideólogos diversos, burgueses e revisionistas de direita, preconizam o sistema de partidos múltiplos sob o socialismo.
  3. — Pregando a revolução «mundial» e subestimando o papel do factor interno, nacional, no desenvolvimento do movimento revolucionário, os trotskistas subestimam mesmo o papel do Partido proletário à escala nacional e falam do carácter indispensável de um «partido mundial».
  4. — Os trotskistas, embora em palavras se pretendam os herdeiros consequentes, e mesmo os únicos herdeiros de Lenine, levantam-se de facto contra os princípios leninistas da vida interna do partido proletário.
A propósito dos pontos de vista dos trotskistas sobre todas as questões supracitadas, o artigo cita P. Frank, D. Avenas, A. Brossat, K. Mavrakis, Mandel, etc ..., e desmascara e rejeita os seus pontos de vista(1).
Os factos estão aí para provar, escreve mais longe a revista, que o trotskismo actual é o inimigo jurado do movimento revolucionário da classe operária e dos povos, e uma arma perigosa nas mãos da burguesia e do imperialismo, a fim de semear neste movimento a confusão e a divisão, e de o sapar. Por consequência, a luta que visa desmascarar e destruir a corrente trotskista é, nas condições actuais, uma necessidade indispensável para desenvolver com sucesso o movimento revolucionário da classe operária, e uma tarefa actual de todos os marxistas-leninistas.
O esmagamento da corrente trotskista é inseparável da luta dos partidos marxistas-leninistas contra o revisionismo moderno, o revisionismo soviético em primeiro lugar, a fim de pôr um termo à desagregação e à confusão que causou no movimento revolucionário actual, que criou as próprias condições da reanimação do trotskismo, a fim de fazer compreender aos trabalhadores e aos povos o fosso profundo que separa os revisionistas do marxismo-leninismo e do verdadeiro socialismo, para tirar ao trotskismo a possibilidade de especular.
Mas a condição determinante para conduzir com sucesso a luta contra o trotskismo é o desenvolvimento do próprio movimento marxista-leninista, a elaboração por este movimento, em cada país, de um verdadeiro programa de luta revolucionário, a extensão e o aprofundamento dos partidos marxistas-leninistas nas massas, a fim de lhes dar uma clara orientação e de libertar das influências trotskistas os elementos revolucionários sinceros, desorientados pelo trotskismo.

Notas de rodapé:
(1) Lenine, Obras Completas, tomo XXII. p.45, edição russa. (retornar ao texto)
(2) Lenine, Obras Completas, tomo XXIV. p. 277-278, edição russa. (retornar ao texto)
(3) Lenine, Obras Completas, tomo XXVI, p. 66, edição russa. (retornar ao texto)

Fonte - marxist.org

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Bill Bland ― Existe um mercado sob o socialismo?



Foi sugerido durante o debate que o termo “mercado” tinha relevância apenas para uma sociedade capitalista. Mas o dicionário define o termo “mercado” como
“A demanda .. (por uma mercadoria).” [demand (for a commodity)] (‘Dicionário Oxford de Inglês’, Volume 9, Oxford, 1979;. P 305).
e o termo “demanda” como:
“Uma chamada para uma mercadoria por parte dos consumidores”. [a call for a commodity on the part of consumers] (‘Dicionário Oxford de Inglês’, Volume 4, Oxford, 1979;. P 430).
Mas em uma sociedade socialista, como em uma sociedade capitalista, as pessoas possuem diferentes somas de dinheiro que eles gastam nas lojas em produtos que estão à venda. Esta vontade e capacidade de gastar dinheiro em mercadorias constitui demanda, constitui um mercado.
Claramente, tanto em uma sociedade capitalista quanto numa sociedade socialista há um “mercado”, para mercadorias.
Distribuição sob o socialismo
A distribuição é
“… A dispersão entre os consumidores das mercadorias produzidas.” [the dispersal among consumers of commodities produced] (‘Dicionário Oxford de Inglês’, Volume 4, Oxford; 19009,. P 8S3).
O princípio em que a distribuição seja realizada sob o socialismo é que:
“O direito dos produtores é proporcional ao trabalho que fornecem”. [The right of producers is proportional to the labour they supply] (K. Marx: “Crítica do Programa de Gotha”, em:. ‘Obras Escolhidas’, Volume 2, Londres; 1943; p 564)
Isto é, os rendimentos são proporcionais — a distribuição de mercadorias é voltada — à quantidade e à qualidade do trabalho realizado.
Marx admite que a distribuição de mercadorias de acordo com o trabalho realizado não é completamente justa, não é de distribuição totalmente de acordo com a necessidade. Ele ressalta:
“Um homem é superior a outro fisicamente ou mentalmente, e assim fornece mais trabalho no mesmo tempo, ou pode trabalhar por um longo tempo … Além disso, um trabalhador é casado, outro não, um tem mais filhos do que outra, e assim em e assim por diante …
Mas estes defeitos são inevitáveis ​​na primeira fase da sociedade comunista, pois é quando ele acaba de sair após as dores de parto prolongados da sociedade capitalista. O direito nunca pode ser superior à estrutura econômica da sociedade “.

[One man is superior to another physically or mentally, and so supplies more labour in the same time, or can labour for a longer time...Further, one worker is married, another not; one has more children than another, and so on and so forth...



But these defects are inevitable in the first phase of communist society as it is when it has just emerged after prolonged birth pangs from capitalist society. Right can never be higher than the economic structure of society]
(K. Marx:.. Ibid, p 654, 565).
No entanto, este é o mais próximo que uma sociedade socialista pode chegar a um sistema completamente justo de distribuição, o mais próximo que uma sociedade socialista pode começar a distribuição conforme a necessidade. E é um sistema muito mais justo de distribuição do que é uma sociedade capitalista, onde o poder de compra de uma seção inteira da sociedade – a classe capitalista – depende principalmente da quantidade de meios de produção possuídos.
De acordo com Stalin:
“… A lei econômica básica do socialismo … (requer) a garantia da satisfação máxima do material em constante crescimento e as necessidades culturais de toda a sociedade”. [the basic economic law of socialism...(requires) the securing of the maximum satisfaction of the constantly rising material and cultural requirements of the whole of society] (JV Stalin:. “Problemas Econômicos do Socialismo na URSS”, de Moscou; 1952, p 45).
Para ‘exigências’ da palavra, podemos substituir ‘necessidades’ a palavra:
“REQUISITO: o que é necessário ou necessário; uma necessidade …”. [REQUIREMENT: that which is required or needed; a...need] (‘Dicionário Oxford de Inglês’) Volume 13, Oxford, 1989: p. 682).
Como não é possível sob o socialismo, mesmo para as necessidades essenciais da sociedade para ser plenamente satisfeitas, o princípio da distribuição de acordo com trabalho realizado cumpre critério de Stalin de uma sociedade socialista em alcançar a satisfação máxima das necessidades da sociedade.
Só depois o socialismo deu lugar ao comunismo pode um princípio completamente justo de distribuição ser introduzido – o princípio
“… A cada um segundo suas necessidades …” [to each according to his needs] (VI Lênin: “O Estado e a Revolução”, in:. ‘Funciona’, Volume 7; Londres; 1937; p 88).
Este princípio de distribuição só é possível quando as forças produtivas foram desenvolvidas até o ponto onde há uma abundância das necessidades da vida e quando a atitude das pessoas para o trabalho mudou desde que existia sob o capitalismo, isto é:
“Quando as pessoas tornaram-se tão acostumados a observar as regras fundamentais da vida social e, quando seu trabalho é tão produtivo que eles vão trabalhar voluntariamente de acordo com sua capacidade … ” [when people have become so accustomed to observing the fundamental rules of social life and when their labour is so productive that they will voluntarily work according to their ability] (VI Lênin:.. Ibid, p 88).
Como a distribuição de acordo com trabalho realizado dá um incentivo material para os trabalhadores para maximizar a produção, a sociedade avança o mais rapidamente possível a exigência de comunismo de “uma abundância das necessidades da vida”.
Claro, a distribuição de acordo com a necessidade sob o comunismo nunca pode ser absoluta. Embora possamos dizer que o comunismo foi atingido quando todas as necessidades da vida podem ser distribuídas de acordo com a necessidade, as forças produtivas continuarão a ser desenvolvidas e novas necessidades surgirão que podem a princípio ser satisfeitas apenas em uma base racionada, por exemplo, no princípio socialista de acordo com trabalho realizado.
Produção Planejada sob o socialismo
De acordo com Stalin, como já foi dito:
“… A lei econômica básica do socialismo … (requer) … garantir a máxima satisfação do material em constante crescimento e as necessidades culturais de toda a sociedade”. (J.V. Stalin: op. cit,,. p. 45).
Para ‘exigências’ a palavra que pode substituir a palavra “necessidades“:
REQUISITOS: o que é necessário ou necessário; uma necessidade … “. (‘Dicionário Oxford de Inglês’, Volume 13; Oxford, 1989,. P 682).
Foi sugerido durante o debate que uma diferença essencial entre o capitalismo e o socialismo é que sob o capitalismo a produção é para o mercado, enquanto que sob o socialismo a produção é para uso.
Eu sugiro que isso é uma contradição falsa.
Marx define mercadoria como uma coisa útil produzida, não para o uso pessoal do produtor e sua família, como no que ele chama de produção “natural”, mas para troca (por troca por outras mercadorias ou venda por dinheiro). De acordo com Marx:
“… Uma mercadoria é … uma coisa que pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas … (e) … é produzido diretamente para a troca”. (Marx: ‘Capital’, Volume 1, p 43, 86.).
Um trabalhador de uma fábrica de roupas – se sob o capitalismo ou no socialismo – não faz roupas para uso pessoal próprio e de sua família, mas para troca: isto é, ele produz peças como mercadorias para o mercado.
Claro, há diferenças fundamentais entre a produção de peças de vestuário sob o capitalismo e no socialismo. Sob o capitalismo, o trabalhador peça é explorada; sob o socialismo, ele recebe, direta ou indiretamente dos salários nos serviços sociais, o valor integral de sua obra. Sob o capitalismo, a produção é – como um todo – anárquico, sob o socialismo a produção é planejada centralmente pelo Estado socialista. Sob o capitalismo, o motivo e regulador da produção é a obtenção de lucro pelos capitalistas a partir desta exploração; sob o socialismo, o motivo e regulador da produção é a disposição da satisfação máxima das necessidades da sociedade.
Mas as pessoas gastam o dinheiro em sua posse, dentro dos limites de seu poder de compra, em produtos que eles acreditam que vai render-lhes a máxima satisfação, irá produzir a máxima satisfação de suas necessidades.
Assim, a produção para o mercado não é, em si, em contradição com a produção para a máxima satisfação das necessidades da sociedade. Na verdade, quanto mais perto a produção de bens de consumo é voltada para a demanda, para o mercado, o mais perto que ele chegou a ceder a máxima satisfação das necessidades da sociedade.
Sob o capitalismo competitivo, a produção é voltada para o mercado automaticamente, através do lucro.
Quando há uma falta de um determinado produto no mercado, o preço desta mercadoria aumenta, de modo que a taxa de lucro sobre a produção desta mercadoria sobe acima da média. Impulsionados pela motivação de obter a taxa mais alta possível de lucro, os capitalistas correm para aumentar a produção dessa mercadoria. Em consequência, a produção desta commodity sobe até os preços caírem até o ponto onde apenas a taxa média de lucro é rendida.
Quando há um excesso de uma certa mercadoria no mercado, ocorre o oposto, e a produção cai até o ponto onde uma taxa média de lucro é rendida.
Existem diferenças vitais em uma sociedade socialista.
Em primeiro lugar, meios de produção não vêm para o mercado de todo.
Em segundo lugar, o lucro foi abolido junto com a classe capitalista.
Em terceiro lugar, o preço de uma mercadoria é fixado pelo Estado – em geral de acordo com seu valor, isto é, de acordo com a quantidade média de trabalho envolvido na sua produção.
É, portanto, impossível para a produção de bens de consumo a ser orientada automaticamente para o mercado. Deve ser orientada para o mercado por decisões conscientes da autoridade de planeamento central.
Moda
Tomemos a questão de roupas femininas. – Um assunto sobre o qual eu tenho … [Ms trecho incompleto]
Sob o sistema capitalista, sabemos que este é um campo em que uma grande parte é tocada pela moda, definida como:
“… Um costume que prevalece … especialmente no que diz respeito ao vestuário ou adorno pessoal.” (‘Dicionário Oxford de Inglês’, Volume 5, Oxford, 1939;. P 682).
É evidente que é vantajoso para os capitalistas envolvidos na indústria do vestuário que a moda deve exercer uma forte influência sobre as ideias de pessoas na sociedade, e que a moda deve mudar periodicamente. Desta forma, as consumidoras mulheres podem ser persuadidas a comprar roupas novas, muito antes que as antigas tenham se desgastado, devido ao fato de que vestir a moda do ano passado é uma reflexão sobre a posição social do utente ["aquele que usa"], que é medido por seu poder de compra.
Foi o sociólogo americano Thorstein Veblen, que apontou a relação entre roupa e classe social. Ele observou que na época feudal, quando as pessoas comuns trabalhavam na terra, as mulheres de classe alta na Europa costumavam cultivar peles ultra-brancas para fazer clara a sua posição de classe. Então, depois que a revolução industrial levou mulheres da classe trabalhadora às fábricas por dez horas ao dia, as mulheres da classe alta entraram passaram a cultivar peles profundamente bronzeadas pelo sol para demonstrar sua posição de classe diferente. E nada poderia demonstrar mais claramente do que a crinolina que o utente não trabalhava em uma fábrica.
Sob o capitalismo, uma nova moda tende a ser introduzida em um dos periódicos shows haute couture (high fashion). Os desenhos originais são feitos à mão para uma princesa ou pop-star, e custam vários milhares de libras, de modo que eles demonstram que o utente pertence à classe superior.
Muitos destes novos modelos são, então, comprados para uma taxa alta de produção em massa. Mas no tempo em que eles caem nas mãos de Marks e Spencer, uma nova moda é introduzida pelos haute couturists, e o processo começa novamente.
Numa sociedade socialista, é claro, a posição é bastante diferente.
No entanto, os designers de roupas ainda serão necessários. Suponha que as autoridades de planeamento digam: “A moda é um desvio burguês”, e os instrui a desenhar jeans só como “símbolo de uma sociedade sem classes”.
Não há grande problema sobre a produção de calças jeans suficientes para atender às exigências de toda a população. Mas o que dizer das mulheres que não querem usar o jeans? Será que elas tem que vestir a mesma saia velha de todos os tempos? Você torna uma ofensa criminal ter que usar uma saia? Saias são realmente contra-revolucionárias? Pode uma tal política se conciliar com a lei fundamental do socialismo – “a máxima satisfação das necessidades da sociedade”?
Claro, é perfeitamente legítimo em uma sociedade socialista que educação seja dada sobre os meios de comunicação públicos, nas escolas, etc, sobre os aspectos estéticos e de saúde das roupas. Mas o teste do sucesso de tal educação ainda é, em última análise, o mercado.
Só pode haver uma posição correta sobre o planejamento da produção em qualquer área de bens de consumo: Para realizar “pesquisa de mercado“, definida como “… A investigação sistemática da demanda por bens particulares …”. (‘Dicionário Oxford de Inglês’, Volume 9, Oxford, 1989,. P 380).
Tal investigação sistemática na área de vestuários femininos vai dizer aos planejadores em que proporção as mulheres querem usar calça jeans o tempo todo, às vezes e nunca. Os designers podem mostrar novos modelos em desfiles de moda realizados em lojas, fábricas e centros comunitários em todo o país. Os participantes podem ser convidados a votar em novos projetos: “Você estaria interessado em comprar Design 4 se fosse colocado em produção e disponível a um preço razoável?” Os resultados de tais investigações serão incorporadas no plano de produção de roupas femininas.
Finalmente, o que acontece se os planejadores falharem, como resultado da negligência da pesquisa de mercado, para que a produção de bens de consumo não seja orientada para o mercado? Alguns tipos de roupas permanecem não vendidas e se acumulam nos armazéns — não porque as pessoas não têm poder aquisitivo suficiente para comprá-los, pois em uma sociedade socialista esta é orientada para o valor total dos bens de consumo produzidos, mas porque elas não querem.
Além disso, haverá uma escassez nas lojas de outros tipos de roupas que as pessoas querem comprar, causando desperdício de tempo, filas e insatisfação pública. Bandidos e parasitas começarão a operar um mercado negro de saias e roupas de pequenas oficinas de rua novamente, e logo a distribuição neste campo cai nas mãos de uma máfia local.
Lênin dizia que a democracia socialista
“… É um milhão de vezes mais democrática do que a república mais democrática”. [is a million times more democratic than the most democratic republic] (VI Lênin: “A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky”, em:. ‘Obras Escolhidas’, Volume 7; Londres; 1946; p 135).
Temos que ver se esta é feita realidade, garantindo que a produção de bens de consumo esteja voltada para o mercado, para o que as pessoas realmente querem, e não ao que algum burocrata acha que deveriam querer. Isso exige que a produção seja feita com base em pesquisa de mercado científica e democrática.

domingo, 5 de agosto de 2012

Grover Furr — Falsificação de Baberowski


Tradução livre minha ( Iglu Subversivo ). Segue o texto traduzido: 

Nesta redação examino uma afirmação feita pela professor Jorg Baberowski na primeira página de uma dissertação de 2003 entitulada “Zivilisation der Gewalt. Die kulturellen Ursprunge des Stalinismus”. (http://edoc.hu-berlin.de/humboldt-vl/136/baberowski-joerg-3/PDF/baberowski.pdf ) Essa afirmação é falsa. Baberowski também faz a mesma afirmação falsa na página 175 de seu livro Der Rote Terror.

Baberowski ocupa uma importante cadeira de história na Universidade de Humboldt, Berlim. Ele é um dos historiadores anticomunistas da União Soviética na Era Stalin mais publicados na Europa. Sua proeminência justifica darmos mais atenção a essa dissertação e suas falsidades deliberadas.

Baberowski faz poucas declarações de fato nessa longa dissertação. Das que faz, menos ainda possuem referências a fontes específicas para a evidência em apoio a tais afirmações. Mais raras ainda são as referências a fontes primárias – o único tipo de evidência merecedora do nome.

Uma crítica muito longa, examinando cada afirmação dos fatos e as evidências – normalmente, a falta de evidência – dadas por Baberowski, está além do escopo dessa redação. Preferimos submeter esta única afirmação de Baberowski a um exame minucioso, e então deixar a parte representar o todo.

Segue a afirmação:

An einem Sommertag im Juni 1937 empfing Stalin den Leiter des Volkskommissariats fur Innere Angelegenheiten (NKVD), Nikolaj Ezov, in seinem Arbeitszimmer im Kreml,’ Aber an diesem Sommertag im Juni 1937 sprachen Ezov und Stalin nicht nur uber die Feinde, die aus der Sowjetgesellschaft entfernt werden mussten. Sie berieten auch uber das Schicksal von Genrich Jagoda, den Vorganger Ezovs im Amt des NKVD-Chefs, der wenige Wochen zuvor verhaftet worden war.

Em um dia de verão em junho de 1937, Stalin recebeu Nikolai Yezhov, chefe do Comissariado de Assuntos Internos, ou NKVD, em seu escritório no Kremlin. Mas neste dia de verão em junho de 1937 Yezhov e Stalin não falaram somente sobre os inimigos que tiveram de ser afastados da sociedade soviética. Eles também debateram sobre o destino de Genrikh Yagoda, antecessor de Yezhov na posição de chefe do NKVD, que havia sido preso algumas semanas antes.

Baberowski então afirma que Stalin fez o seguinte:

Stalin befahl, nicht nur Jagoda, sondern auch dessen Gefolgsleute aus dem Apparat zu toten und ihre Leichen auf dem Gelande der Datscha zu verscharren, die Jagoda, ihr Patron, einst bewohnt hatte.1

Stalin ordenou que não apenas Yagoda, mas também seus assistentes principais no aparato do NKVD, sejam mortos e seus corpos enterrados na propriedade da dacha que Yagoda, chefe destes, outrora ocupou.

Baberowski diz que Stalin não explicou o que ele quis dizer com essa ordem:

Stalin erklarte sich nicht.

Stalin não se explicou.

Diante disso, curiosamente, Baberowski passa a explicar o que Stalin quis dizer com isso.

Wo Funktionare Amt und Leben verloren, mussten auch ihre Gefolgsleute sterben.

Onde quer que os funcionários do Estado tinham perdido suas posições e suas vidas, seus assistentes principais também deveriam morrer.

Não contente com a “canalização” de Stalin para descobrir suas intenções, Baberowski faz desta conversa com Yezhov uma metáfora ou sinédoque para o próprio bolchevismo.

Ihr Sterben symbolisierte die Essenz der stalinistischen Feudalsysteme, die mit den Personen fielen, die sie konstituierten. Die beschriebene Episode verweist auf zweierlei: auf die Obsession Stalins und der bolschewistischen Fuhrungsriege, Feinde zu vernichten, die sich ihrem Gesellschaftsentwurf nicht einfugten und die archaischen Methoden, mit denen diese Feinde aus der Welt geschafft werden mussten.

A morte deles simboliza a essência dos sistemas feudais stalinistas, que caíram com as pessoas que os constituíram. O episódio que acabamos de descrever demonstra duas coisas: a obsessão de Stalin e da direção bolchevique para aniquilar os inimigos que não se enquadravam em seu plano social, e os métodos arcaicos pelos quais esses inimigos devem ser eliminados.

Como Baberowski já admitiu que “Stalin não se explicou”, sabemos que a única fonte dessa “interpretação” é a imaginação de Baberowski.

Mas e quanto à ordem lacônica de Stalin para matar Yagoda e seus assistentes e enterrá-los na terra de dacha de Yagoda? Baberowski dá apenas uma fonte, na nota 1 acima. Essa nota é a seguinte:

Petrov, N.: Die Kaderpolitik des NKVD wahrend der Massenrepressalien 1936’39, in: W. Hedeler (Hg.), Stalinistischer Terror 1934’1941. Eine Forschungsbilanz, Berlin 2002, S. 24.

Consultando este artigo por Petrov, um dos principais pesquisadores para a organização “Memorial”, encontramos o seguinte:

Stalins Ha? auf Jagoda kam zum Ausdruck als er Jeshow wahrend einer Beratung zurief: Jagodas Datscha sollen die Tschekisten jetzt bekommen. Das bedeutete, da? die Leichen der ermordeten Tschekisten auf dem Gelande des Staatsgutes Kommunarka verscharrt worden sollten, an das die Datscha Jagodas grenzte.27

O ódio de Stalin a Yagoda encontrou expressão quando, durante uma sessão, ele gritou para Yezhov: “Os chekistas devem agora pegar a dacha de Yagoda.” Isso significava que os corpos dos chekistas assassinados devem ser enterrados na terra da propriedade estatal “Kommunarka”, que beirava a dacha de Yagoda.

(A nota 27 é uma lista de homens do NKVD que foram executados. Não há ao menos uma evidência de que eles foram enterrados na “Kommunarka” (veja abaixo). Não é relevante para a nossa presente investigação).

Petrov não dá qualquer evidência para qualquer um dos detalhes nesta história:

  • O encontro de Yezhov com Stalin – nem ao menos uma data é fornecida;
  • O “ódio” de Stalin a Yagoda;
  • Stalin “gritando” a Yezhov que “os chekistas devem agora pegar a dacha de Yagoda”.
Na escrita da história as declarações de um historiador sobre um evento passado são supostas serem interpretações de evidências. O objetivo do aparato acadêmico da bibliografia e das notas de rodapé é citar a evidência de que as declarações feitas pelo historiador são verdadeiras. Se um historiador não cita nenhuma evidência em apoio a uma declaração de fato ou de uma série deles, é razoável supor que ele sabe de nenhuma prova.

O relato de Petrov contém o que é, evidentemente, uma citação: “Jagodas Datscha sollen die Tschekisten jetzt bekommen.” Na tentativa de descobrir uma fonte para essas palavras eu fiz uma pesquisa no Google na internet de língua russa para os três substantivos: Ягода (Yagoda), дача (Dacha), e чекистам (chekista). A menção mais antiga que eu posso encontrar dessa história está em um artigo intitulado “Dacha osobogo Naznacheniia” (“Dacha de Designação Especial”) pelo pesquisador do “Memorial” Leonid Novak no jornal “Itogi” nº 44, 31 outubro de 2000. Está on-line: http://www.itogi.ru/archive/2000/44/115914.html Ele contém a seguinte passagem:

В апреле 1937 года Ягода был арестован, с дачи вывезли конфискованные вещи, и она какое-то время оставалась бесхозной. В рабочих записях преемника Ягоды Ежова есть лаконичная строчка: “Дачу Ягоды чекистам”. К тому времени один расстрельный полигон – Бутово – уже работал в полную силу. Но в 1937 году ежедневное число расстрелянных стало исчисляться не десятками, а сотнями, и необходимо было открывать новое место захоронений.

Em abril de 1937 Yagoda foi preso. O mobiliário da dacha foi apreendido e removidos, e ele ficou vago por algum período. Nas notas de trabalho de Yezhov, sucessor de Yagoda, há uma linha lacônica: “A dacha de Yagoda para os chekistas”. Neste momento um local de execução – Butovo – já estava funcionando com força total. Mas em 1937 o número diário de pessoas executadas começou a numerar não em dezenas, mas em centenas, e foi necessário abrir um novo lugar para os enterros.*

Eu acredito que esta é o mais antigo porque um artigo de Arsenii Roginski emhttp://www.memo.ru/memory/communarka/komm.htm (ver nota 14) o cita como fonte. Roginskii é um dos fundadores da organização anticomunista “Memorial” e, atualmente, o seu presidente (http://ru.wikipedia.org/wiki/Рогинский,_Арсений_Борисович ). Leonid Novak é identificado como um “colaborador” da organização “Memorial”:

Леонид Новак – сотрудник научного и просветительского центра “Мемориал”

Leonid Novak – colaborador do centro científico e educacional “Memorial.”

Na anotação 14 de sua redação, Roginskii afirma:

(14) В течение нескольких последних лет изучением “Коммунарки” как места расстрелов и захоронений занимается историк и литератор Л.Г. Новак. Результаты своих исследований он недавно начал публиковать в газете Общества “Мемориал” “30 октября” (1999. № 1-2; 2000. № 3).

Nos últimos anos o historiador e escritor L.G. Novak tem conduzido um estudo da “Kommunarka” como um local de execuções e sepultamentos. Ele começou recentemente a publicar os resultados de sua pesquisa no jornal da Sociedade “Memorial” 30 de Outubro (1999, Nºs 1-2; 2000, Nº 3)

Na opinião de Roginskii, Novak é o principal expert na “Kommunarka.”

Cópias do jornal da Memorial, “30 oktiabria”, não estão disponíveis para mim. Para os propósitos dessa redação assumo que o último artigo de Novak, de 2000, em Itogi, contém as mesmas ou até mais informações. Não encotnrei nenhuma referência a qualquer fonte mais antiga que esta que cita a anotação de três palavras de Yezhov. A redação de Roginskii, que eu referenciei da edição online, é o “Epílogo” (posleslovie) à edição do “Memorial Book” publicado pela “Memorial” em 2000, Moscou. (Rasstrel’nye spiski : Moskva, 1937-1941 : “Kommunarka”, Butovo : kniga pamiati zhertv politicheskikh repressii. Ed. Eremina L.S., Roginsky A.B. Moscou: Obshchestvo “Memorial”: Izdatel’stvo “Zven’ia”, 2000. ISBN: 5787000447; 9785787000443. OCLC: 78216573 ).

Em uma frase Novak menciona as “anotações de trabalho” (“рабочих записях”) de Yezhov: “Дачу Ягоды чекистам”. Na próxima sentença ele introduz o assunto da pretendida necessidade de um novo local de sepultamento. Novak simplesmente justapõe estas duas afirmações. Ele não alega que a primeira – “Entregue a dacha aos Chekistas” – implica na segunda. Novak não alega que as anotações de Yezhov afirmam ou implicam de modo algum qualquer coisa sobre enterros. Também não diz nada sobre execuções na dacha.

Roginski diz que o Sovkhoz “Kommunarka” era uma “подсобное хозяйство” ** — uma “fazenda” auxiliar ou latifúndio do NKVD. Próxima a ela estava a dacha de Yagoda.

Москва имела свою специфику. Здесь одновременно действовали две структуры НКВД — Управление НКВД СССР по Москве и Московской области и Центральный аппарат НКВД СССР. Соответственно и “зон” было открыто две, притом всего в нескольких километрах друг от друга: одна, подведомственная Московскому УНКВД, — в поселке Бутово, другая, находившаяся в ведении Центрального аппарата НКВД, — на 24-м километре Калужского шоссе, близ совхоза “Коммунарка” (в те времена — подсобного хозяйства НКВД), на территории дачи арестованного в марте 1937 г. бывшего наркома внутренних дел Г.Г. Ягоды.

Moscou era um caso especial. Aqui, ao mesmo tempo, havia em funcionamento duas estruturas do NKVD – a Direção do NKVD da URSS para Moscou e o oblast (província) de Moscou, e a Sede Central do NKVD da URSS. Assim duas “zonas” também tinham sido abertas, a poucos quilômetros distantes uma da outra. Uma delas, administrada pela Direcão de Moscou do NKVD, foi na aldeia de Butovo; a segunda, sob o controle da Sede Central do NKVD, estava no ponto de 24 km na estrada de Kaluga, perto do Sovkhoz “Kommunarka” (naqueles dias era um clube de campo do NKVD), na propriedade do dacha do ex-Comissário do Povo para Assuntos Internos, G. G. Yagoda, que havia sido preso em março de 1937.

De acordo com Novak isso não está muito certo – elas eram ambas parte da mesma propriedade.

В первые послереволюционные десятилетия мыза стояла пустой, хозяев оттуда выселили. По сведениям Центрального архива ФСБ России, в конце 20 – начале 30-х годов (точная дата неизвестна) территорию выделили для устройства личной дачи председателю ОГПУ, позже наркому НКВД СССР Г. Ягоде.

Nas primeiras décadas após a Revolução a propriedade estava vazia, já que seus proprietários haviam sido forçados a sair. De acordo com informações no Arquivo Central do FSB da Rússia [Segurança do Estado Russo, onde os arquivos antigos do NKVD agora estão mantidos. – GF] no final dos anos 20 ou início dos anos 30 (a data exata é desconhecida), a terra foi dividida para a construção de uma dacha pessoal para o presidente do OGPU, mais tarde Comissário do Povo do NKVD da URSS, G. Yagoda.

O artigo de Novak em Itogi reproduz o mapa abaixo (http://www.itogi.ru/7-days/img/230/7.jpg ). Ele claramente mostra que a dacha é parte da propriedade latifundiária original.
Спецобъект НКВД “Коммунарка”: 1. Ворота объекта; 2. Дом-дача наркома НКВД СССР; 3. Пруд; 4. Дамба; 5. Березовая роща – одно из мест массовых захоронений; 6. Баня; 7. Липовая аллея; 8. Остатки заграждения из колючей проволоки

Propriedade especial do NKVD “Kommunarka”: 1. O portão principal, 2. A dacha de Comissário do Povo do NKVD da URSS, 3. Lagoa; 4. Represa; 5. Birch Grove – um dos locais de enterros em massa; 6. Casa de banho; 7. Avenida das tílias; 8. Os restos de um recinto de arame farpado.

A dacha de Yagoda era parte da propriedade ou “khoziaistvo” do NKVD. Portanto, a interpretação mais óbvia da frase “Дачу Ягоды чекистам” é: “Retorne a dacha de Yagoda para a propriedade do NKVD “Kommunarka” mais uma vez.”

O artigo de Novak não menciona o nome de Stalin de modo algum, em qualquer contexto. Especificamente, Novak não conecta a nota “lacônica” de Yezhov a qualquer encontro com Stalin. Então onde é que “Stalin” entra nisso? Evidentemente, a partir de Roginskii, que escreve:

Полагаем, что “расстрельный спецобъект” “Коммунарка” возник как место, специально предназначенное для захоронений бывших сотрудников НКВД, осужденных “в особом порядке”. Устроить на территории бывшей дачи бывшего наркома тайное место захоронений (вероятно, и расстрелов) для его сотрудников, убитых даже без формальных приговоров, — это, нам кажется, вполне соответствовало характерам и Сталина, и Ежова. “Дачу Ягоды — чекистам” — такая запись (к сожалению, не датированная) сохранилась в записной книжке Ежова, в которую он обычно заносил (в крайне обрывочной форме) указания Сталина. С этой записи, видимо, и начинается история “Коммунарки” как места захоронения14.

Supomos [ou, vamos supor] que o “lugar secreto de execução” Kommunarka foi criado como um local especialmente designado para os enterros de ex-trabalhadores do NKVD que tinham sido condenados pelo “procedimento especial”. Construir na terra da antiga dacha do ex-comissário um lugar secreto para enterros (e provavelmente também para execuções), para seus empregados que haviam sido mortos sem mesmo sentenças formais – parece-nos que isto está completamente em conformidade com os personagens de Stalin e Yezhov. A nota “dacha de Yagoda para os chekistas” – para nosso pesar, que não tem data – foi mantida em um caderno de Yezhov em que ele normalmente registra (de uma forma muito resumida) diretivas de Stalin. Com esta nota, evidentemente, começa a história da “Kommunarka” como um local para sepultamento.

Roginskii não cita nenhuma evidência de que a “Kommunarka” foi designada como um local para o enterro de homens executados do NKVD. Ele também não afirma saber isso como um fato. Ao contrário, ele chama isso de “suposição” – ele escreve: “suponhamos”, ou “assumimos” (polagaem). Roginskii também admite que a nota de Yezhov para si mesmo não é datada.

Em outras palavras, Roginskii não tem ideia de quando Yezhov escreveu ou por quê. Não há indicação de que a nota está relacionada a alguma conversa com ou a ordens de Stalin, e muito menos a uma conversa específica com Stalin em junho de 1937. Evidentemente o nome de Stalin não está associado com esta nota, pois se fosse ele certamente teria dito.

Em todo caso, por que Stalin teria que orientar que essa propriedade – a dacha de Yagoda – fosse devolvida ao NKVD, quando sempre tinha sido propriedade do NKVD? O mapa reproduzido no artigo de Novak deixa claro que esta é uma única propriedade. De acordo com Novak ela tinha sido assim desde antes da Revolução.

Embora admitindo que não há indicação alguma de quando Yezhov escreveu a nota de três palavras para si mesmo, Roginskii acrescenta que está em um caderno “no qual ele geralmente gravava [zanosil] (de uma forma muito resumida) as diretivas de Stalin.” Mas Roginskii não cita nenhuma evidência para apoiar esta afirmação. Evidentemente Yezhov também registrou outros assuntos neste caderno. Caso contrário, Roginskii certamente teria escrito que todos os outros conteúdos deste caderno são compostos de diretivas de Stalin; que este era um caderno dedicado por Yezhov para a gravação das diretivas de Stalin, e que, portanto, esta nota de três palavras deve ser uma diretriz de Stalin também.

Portanto Roginskii não tem nenhuma base para supor que essa nota foi um lembrete “abreviado” de uma diretiva de Stalin. Mesmo se fosse, porém, não provaria nada. Como já salientado acima, a interpretação mais lógica é que a dacha de Yagoda e seu território devem ser devolvidos ao “Kommunarka”, clube de campo da NKVD da qual inicialmente tinha sido uma parte. Yezhov quase certamente tinha a autoridade para tomar essa decisão por conta própria, sem verificar um detalhe insignificante com Stalin.

Roginskii conclui:

С этой записи, видимо, и начинается история “Коммунарки” как места захоронения.

Com esta nota, evidentemente, começa a história da “Kommunarka” como um local para sepultamento.

Na verdade, esta nota não diz absolutamente nada sobre o uso da terra como um local de sepultamento para ninguém, muito menos para os homens da NKVD. Roginskii diz “evidentemente” (vidimo) porque ele percebe que está adivinhando.

Uma observação por Roginskii sugere que esta interpretação pode ter sido inspirada por Nikita Petrov. Na nota 11 ele agradece Petrov pela ajuda com este artigo:

Пользуемся случаем поблагодарить Н.В.Петрова, поделившегося с нами своими наблюдениями относительно этих списков.

Aproveitamos esta oportunidade para agradecer a N.V. Petrov que partilhou conosco suas observações sobre estas listas.

Estamos agora em condições de avaliar as declarações de Petrov e de Baberowski.

Não Petrov e não Roginskii, mas Novak é o especialista na “Kommunarka”. Novak não tem nada sobre qualquer decisão de enterrar homens executados da NKVD lá.

A referência de Baberowski a “einem Sommertag im Juni 1937″ (“um dia de verão em junho de 1937″) vem de Petrov. Mas Petrov não afirma que a “diretiva de Stalin” foi emitida então. Em vez disso, Petrov apenas começa o parágrafo com um evento independente que teve lugar em 20 de junho de 1937.

Não há evidências de que Stalin falou com Yezhov sobre o destino de Yagoda (“uber das Schicksal von Genrich Jagoda”) em junho de 1937. Nós não sabemos o conteúdo de qualquer uma das discussões que tiveram lugar no escritório de Stalin, incluindo aquelas com Yezhov.

Não há evidências de que a nota de três palavras refere-se a qualquer discussão com Stalin seja em junho de 1937 ou em qualquer outro momento. Yezhov certamente se reuniu com Stalin frequentemente durante esse mês. No entanto, Yezhov continuou a figurar na lista de visitantes do escritório de Stalin, tanto antes como depois de junho de 1937. (“Posetiteli Kremlevskogo kabineta IV Stalina …” Istochnik 4, 1995, 15 – 73. Para junho 1937 ver pp. 54-57)

Portanto, não há evidência alguma de que Stalin ordenou Yezhov a matar Yahoda e seus tenentes e enterrá-los na dacha de Yagoda. Isso é toda uma elaboração da interpretação de Petrov das três palavras do caderno de Yezhov.
Petrov escreveu:

Stalins Ha? auf Jagoda kam zum Ausdruck als er Jeshow wahrend einer Beratung zurief: Jagodas Datscha sollen die Tschekisten jetzt bekommen. Das bedeutete, da? die Leichen der ermordeten Tschekisten auf dem Gelande des Staatsgutes Kommunarka verscharrt worden sollten, an das die Datscha Jagodas grenzte.

O ódio de Stalin a Yagoda encontrou expressão quando, durante uma sessão, ele gritou para Yezhov: “Os chekistas devem agora pegar a dacha de Yagoda”. Isso significava que os corpos dos assassinados chekistas deveriam ser enterrados na terra da propriedade estatal “Kommunarka”, que beirava a dacha de Yagoda.

Este artigo tem demonstrado que não há um fragmento de evidência para qualquer dessas afirmações. Consequentemente, não há nenhuma evidência para apoiar a declaração de Baberowski.

Petrov é vice-presidente e pesquisador sênior da organização russa “Memorial”. Ele é, ou é comumente pensado que ele é, um historiador.*** Ele tem a obrigação como historiador de prestar depoimento em apoio às declarações que ele faz, e deixar claro aos seus leitores quando ele está especulando além da evidência existente.

Baberowski detém uma posição na faculdade de História da Universidade Humboldt de Berlim. Presumivelmente, ele sabe que as declarações feitas por outro historiador não pode ser simplesmente aceitas como verdade factual ou – especialmente quando, como com o artigo Petrov, nenhuma evidência é dada por essas declarações.

Ambos Baberowski e Petrov trairam flagrantemente suas obrigações profissionais, como historiadores. Petrov fabricou uma história sobre Stalin e Baberowski a repetiu como se fosse fato. Roginskii imaginou uma conexão entre a nota de três palavras Yezhov e o uso do clube de campo “Kommunarka” como um local de enterro.

Outra mentira: As “Listas”

Aliás, Roginski é um mentiroso, bem como (ou incompetente e cego pelos seus preconceitos anticomunistas – muitas vezes é difícil dizer qual!). Ele escreve:

Здесь есть только одна неточность — на самом деле на смертную казнь обрекала не Военная коллегия. Она лишь оформляла решения, вынесенные до того, как дело поступало на ее рассмотрение. Решение же выносили Сталин и несколько человек из его самого близкого окружения.

Há apenas um erro aqui – na verdade o Colégio Militar não determinava as penas de morte. Ele só formalizou as decisões tomadas antes do caso ter vindo até ele para a revisão. A própria decisão foi tomada por Stalin e alguns homens de seu círculo mais próximo.

Isso é falso. A introdução das “Listas” em questão deixa claro que elas foram enviadas para Stalin e outros membros do Secretariado do Partido Bolchevique “para revisão”. Sabemos de muitos exemplos de pessoas que, apesar de estarem nas “listas” na “Categoria 1″ (execução) não foram executadas. As “categorias” não eram sentenças, mas indicações da sentença que o Estado gostaria de pedir se o indivíduo fosse condenado pelos crimes que ele ou ela foi acusado.

Temos discutido essas listas em um trabalho separado da seguinte forma:

Como Khrushchev fez, os próprios editores anti-Stalin destas listas de fato as chamam de “sentenças” preparadas com antecedência. Mas a sua própria investigação desmente essa afirmação. As listas davam as sentenças que a acusação procuraria, se o indivíduo foi condenado – isto é, a sentença do Ministério Público iria pedir ao juiz a aplicação. Na realidade, elas eram listas enviadas para Stalin (e outros membros do Politburo e do Secretariado) para “revisão” – rassmotrenie – uma palavra que é usada muitas vezes na introdução das listas. (http://www.memo.ru/history/vkvs/images/intro1.htm )

Muitos exemplos são dados de pessoas que não foram condenados, ou que foram condenadas por delitos menores, e por isso não fuziladas. A.V. Snegov, que mais tarde se tornou amigo de Khruschev e foi mencionado por este pelo nome mais adiante neste discurso, esta nas listas pelo menos duas vezes.



Nesta última referência Snegov é especificamente colocado na “Categoria 1″, que significa: penamáxima de morte. Um breve resumo das provas do Ministério Público contra ele é fornecido, e parece ter tido um monte delas. No entanto Snegov não foi condenado à morte, mas sim a um longo prazo num campo de trabalho.

Segundo os editores destas listas “muitas” pessoas cujos nomes estão sobre elas não eram de fato executadas, e algumas foram liberadas.

Por exemplo, um estudo seletivo da lista para o oblast Kuibyshev assinado em 29 de setembro de 1938 mostra que não tem uma única pessoa nesta lista que foi condenada pelo VS VK (o Colégio Militar do Supremo Tribunal Federal), e um número significativo dos casos foram rejeitados completamente.


Assim, Khrushchev sabia que Stalin não foi “sentenciar” a ninguém, mas sim rever as listas no caso que ele tinha objeções. Khrushchev sabia disso porque a nota de Kruglov, Ministro de Assuntos Internos (MVD) para Khrushchev de 03 de fevereiro de 1954 sobreviveu. Não diz nada sobre “sentenças preparadas com antecedência”, mas dá a verdade:

Essas listas foram elaboradas em 1937 e 1938 pelo NKVD da URSS e apresentado ao CC do ACP(b) para revisão de imediato. [grifo do autor, GF] ****
O Procurador foi a julgamento, não só com provas, mas com uma sentença para recomendar aos juízes em caso de condenação.

(Furr, Khrushchev Lied, Capítulo 4)

Conclusão

O artigo de Baberowski é uma ilustração do problema com a historiografia dos anos de Stalin na União Soviética em geral. Sua maior parte não consiste em uma tentativa de descobrir a verdade, mas em falsidades anticomunistas. Essas mentiras são colocadas ao serviço da moralização e da condenação, muitas vezes, nos tons mais estridentes. A exclamação Baberowski na primeira página do seu artigo

Stalinismus und Terror sind Synonyme. Stalinismus Terror ist.

Stalinismo e terror são sinônimos. Stalinismo é terror.

soa como um dos discursos inflamados do nazista Josef Goebbels: “Hitler ist Deutschland, Deutschland wie ist Hitler” (também o leitmotiv do filme de Lenni Riefenstahls, Triumph des Willens). É uma forma de propaganda particularmente de mau gosto. Isso não tem nada em comum com historiografia.

Há, talvez, um aspecto positivo para este triste estado de coisas. Ninguém mente quando a verdade está do seu lado. Assim, podemos concluir com segurança que a verdade, como demonstrado por deduções razoáveis ​​a partir da evidência disponível, não suporta o fanático anti-Stalin, as conclusões anticomunistas que estes e muitos outros historiadores – e, sem dúvida, aqueles que as apoiam – desejam. Porque, se a verdade sustentasse suas conclusões preconcebidas, eles iriam dizer a verdade. Na verdade, eles poderiam dispensar as suas conclusões preconcebidas!

Mas eles continuam a fabricar – em linguagem simples, a mentir. Às vezes as mentiras são tão flagrantes como as que temos aqui expostas – óbvio para qualquer pessoa com um pouco de conhecimento mais paciência, acesso às fontes e curiosidade.

Esta é uma forte evidência de que a verdade não vai sustentar o projeto dos anticomunistas. Nesse fato, há muita esperança para o futuro de um projeto muito diferente: descobrir a verdade, sucessos e fracassos, triunfos e tragédias, da história soviética.

Grover Furr
Montclair State University
Montclair NJ 07043 USA

Notas de rodapé

* Uma cópia deste artigo em um formato maior e com uma cópia maior do mapa (veja abaixo) esteve uma vez em http://www.ihst.ru/projects/sohist/repress/kommunarka.htm e em janeiro de 2010 podia ser visualizada no Internet Archive em http://web.archive.org/web/20080503052144/

** A página russa do Wikipédia define esse termo como “личное сельскохозяйственное имущество семьи, обычно в сельской местности”, “a possessão agrária privada de uma família, geralmente numa área agrícola.” “Propriedade” seria uma boa tradução. – http://ru.wikipedia.org/wiki/Подсобное_Хозяйство