Comité Central do Partido do Trabalho da Albânia
7 de Agosto de 1972
O desenvolvimento do movimento revolucionário da classe operária na época actual, como foi posto em evidência no VI Congresso do Partido do Trabalho da Albânia, exige uma luta consequen
te, tanto contra o oportunismo de direita dos revisionistas modernos, e é o mais importante, como contra as correntes e as prédicas «esquerdistas», sobretudo contra a actividade perigosa do trotskismo que se reanimou na época actual, desde os anos 60. No seu Relatório ao VI Congresso do Partido do Trabalho da Albânia, o camarada Enver Hoxha disse:
«Assiste-se actualmente a uma recrudescência sem precedentes de diversas correntes anti-marxistas como as dos trotskistas e dos anarquistas, que infiltrando-se nos diversos movimentos de massas, sobretudo de jovens e de intelectuais, tentam pescar em águas turvas, a fim de desviar as massas da via justa e de as levar a perigosas aventuras que conduzem a graves derrotas e desilusões».
Depois de ter lembrado as causas da reanimação do trotskismo, a revista faz realçar alguns traços característicos essenciais do trotskismo actual.
Do ponto de vista filosófico-metodológico, sublinha a revista, o trotskismo actual, tal como o que o precedeu, caracteriza-se pelo subjectivismo voluntarista, que consiste em não ter em consideração as condições objectivas que condicionam o desenvolvimento do movimento revolucionário à escala nacional e internacional, o carácter e as forças motrizes da revolução nas suas diversas etapas. As concepções trotskistas são igualmente o ecletismo e o pragmatismo, a falta de princípios constantes, o apoio em posições inteiramente opostas, a passagem de um extremo a outro, a fusão com as diversas correntes em nome das vantagens da ocasião, etc., que são outras tantas características das ideias trotskistas.
Do ponto de vista político e ideológico, o trotskismo actual caracteriza-se, antes de tudo, pela hostilidade para com o marxismo-leninismo revolucionário. É uma característica geral do antigo e do novo trotskismo. Anteriormente manifestou-se pela atitude hostil de Trotsky para com Lenine e o leninismo. Mais tarde, encontrou a sua expressão nas atitudes hostis deTrotsky e dos trotskistas para com Staline, as suas ideias, a sua obra e a sua direcção. Na época actual, a hostihdade dotrotskismo para com o marxismo-leninismo traduz-se pelo facto dos trotskistas se esforçarem por desviar a atenção do movimento revolucionário e da luta contra o revisionismo moderno e procurarem conduzi-lo a posições anti-stalinistas. Ostrotskistas apresentam sob um aspecto falso, a linha revolucionária marxista-leninista de Staline, qualificando-a de oportunista de direita. E, enquanto passam quase sob silêncio, a luta contra o revisionismo, apontara as baterias sobreStaline e o «stalinismo». Atacam igualmente Mao Tsé-tung e as suas ideias, o Partido Comunista da China e a Revolução Chinesa. Ao mesmo tempo, os trotskistas conciliam-se completamente com os revisionistas modernos nas posições principais. Com os revisionistas, atacam Staline e o Partido Comunista da Cliina, e dão o seu apoio às variantes de diversas correntes do revisionismo.
A cisão do movimento revolucionário da classe operária constitui um dos objectivos e um dos traços mais característicos do trotskismo actual, sublinha a revista.
As oscilações sem princípios «à esquerda» e à direita, a união ora com oportunistas de direita ora com os elementos mais extremistas e os aventureiros «esquerdistas», eis mais um traço característico das concepções e das posiçõestrotskistas.
O principal traço político característico do trotskismo actual, sublinha o artigo, é, como no passado, o facto de ele fazer a revolução em palavras e sabotar e sapar o movimento revolucionário na prática.
Indicando como os trotskistas sapam o movimento revolucionário da classe operária na etapa actual, a revista escreve que, pelas suas prédicas e posições, os trotskistas desintegram e dividem as forças motrizes do processo revolucionário actual. Nos países coloniais e semi-coloniais, onde a classe operária constitui ainda uma classe relativamente limitada, e onde, por consequência, o campesinato representa a maioria da população, a força numericamente superior da revolução, negam a revolução por etapas, negam de facto as possibilidades revolucionárias do campesinato e, por meio de slogans ultra-esquerdistas, afastam-no da classe operária, assim como das outras camadas intermédias. Enquanto nos países capitalistas desenvolvidos, onde a classe operária constitui a força principal de cada verdadeiro movimento revolucionário, ostrotskistas actuais propagam com obstinação o ponto de vista que, nestes países, as forças motrizes da revolução e os verdadeiros dirigentes do movimento revolucionário são, pretensamente, os jovens intelectuais e os estudantes. Ela testemunha claramente o facto da corrente trotskista ser propagada, sobretudo, entre a juventude estudantil, enquanto entre os operários a sua influência é absolutamente limitada. Nesta questão, portanto, a posição dos trotskistas aproxima-se da dos ideólogos burgueses do tipo Marcuse ou dos revisionistas extremistas de direita, de Fischer e outros. Mas sabe-se muito bem que, por muito desenvolvido que possa ser o movimento estudantil, não pode desempenhar um papel positivo efectivo na luta pelo derrubamento do capitalismo, se não se unir ao movimento revolucionário da classe operária e se não colocar sob a direcção do proletariado e do partido proletário marxista-leninista.
Mais longe, o artigo sublinha que a hostilidade dos trotskistas, antigos e novos, para com o movimento revolucionário da classe operária se patenteia claramente na posição para com o problema do partido proletário. O ponto de vista trotskista, nesta questão, pode ser resumido desta maneira:
- — Segundo os trotskistas, a existência e a direcção do partido proletário marxista-leninista não é inteiramente indispensávelna luta pelo derrubamento da burguesia e pelo triunfo do socialismo.
É muito claro que, nesta questão, não há diferença essencial entre o ponto de vista trotskista e o que pregam os revisionistas modernos, jugoslavos, italianos e outros. Sabe-se que tais prédicas têm por objectivo deixar a classe operária sem uma verdadeira direcção revolucionária e servem apenas para sapar a Revolução e para abandonar a classe operária sob a escravatura capitalista. - — Os trotskistas levantam-se contra a direcção indivisível do partido proletário marxista-leninista depois da tomada do poder pela classe operária e, paralelamente aos ideólogos diversos, burgueses e revisionistas de direita, preconizam o sistema de partidos múltiplos sob o socialismo.
- — Pregando a revolução «mundial» e subestimando o papel do factor interno, nacional, no desenvolvimento do movimento revolucionário, os trotskistas subestimam mesmo o papel do Partido proletário à escala nacional e falam do carácter indispensável de um «partido mundial».
- — Os trotskistas, embora em palavras se pretendam os herdeiros consequentes, e mesmo os únicos herdeiros de Lenine, levantam-se de facto contra os princípios leninistas da vida interna do partido proletário.
A propósito dos pontos de vista dos trotskistas sobre todas as questões supracitadas, o artigo cita P. Frank, D. Avenas, A. Brossat, K. Mavrakis, Mandel, etc ..., e desmascara e rejeita os seus pontos de vista(1).
Os factos estão aí para provar, escreve mais longe a revista, que o trotskismo actual é o inimigo jurado do movimento revolucionário da classe operária e dos povos, e uma arma perigosa nas mãos da burguesia e do imperialismo, a fim de semear neste movimento a confusão e a divisão, e de o sapar. Por consequência, a luta que visa desmascarar e destruir a corrente trotskista é, nas condições actuais, uma necessidade indispensável para desenvolver com sucesso o movimento revolucionário da classe operária, e uma tarefa actual de todos os marxistas-leninistas.
O esmagamento da corrente trotskista é inseparável da luta dos partidos marxistas-leninistas contra o revisionismo moderno, o revisionismo soviético em primeiro lugar, a fim de pôr um termo à desagregação e à confusão que causou no movimento revolucionário actual, que criou as próprias condições da reanimação do trotskismo, a fim de fazer compreender aos trabalhadores e aos povos o fosso profundo que separa os revisionistas do marxismo-leninismo e do verdadeiro socialismo, para tirar ao trotskismo a possibilidade de especular.
Mas a condição determinante para conduzir com sucesso a luta contra o trotskismo é o desenvolvimento do próprio movimento marxista-leninista, a elaboração por este movimento, em cada país, de um verdadeiro programa de luta revolucionário, a extensão e o aprofundamento dos partidos marxistas-leninistas nas massas, a fim de lhes dar uma clara orientação e de libertar das influências trotskistas os elementos revolucionários sinceros, desorientados pelo trotskismo.
Notas de rodapé:
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