Essa e outras revelações são feitas no livro Olho por olho: os livros secretos da ditadura de Lucas Figueiredo, mesmo autor de Ministério do Silêncio: A história do Serviço Secreto brasileiro de Washington Luis a Lula. O título diz “os livros secretos” no plural, porque relata a história de dois livros antagônicos que foram, cada um em seu tempo, produzidos sob total sigilo: BRASIL: NUNCA MAIS feito ainda durante a ditadura militar com arquivos roubados do Superior Tribunal Militar que compila uma série de violações aos direitos humanos feitas pelos agentes da repressão militar e ORVIL a resposta do Exército que serviria para contrapor às denuncias feitas pelo primeiro livro.
Acima os livros Brasil: Nunca Mais e Orvil também chamado de As tentativas de tomada do poder; Livro Brancoe Terrorismo: Nunca Mais
BRASIL: NUNCA MAIS
A história deste livro é tão impressionante que parece coisa de cinema. Um grupo de advogados e religiosos conseguiu o que parecia impossível: Entrar no prédio do Superior Tribunal Militar (um prédio cercado de seguranças); roubar toneladas (literalmente) de provas das atrocidades cometidas nos porões da ditadura e reuni-las num livro-denúncia.
Em março de 1979, no governo do general Figueiredo, os advogados passaram a ter mais facilidade para consultar processos de presos políticos no Superior Tribunal Militar. O STM reunia todos os processos contra presos políticos julgados em segunda instância e era lá que quase todos esses processos eram arquivados. A movimentação de advogados aumentou quando foi promulgada a lei de Anistia. Os advogados ficaram com medo que aqueles documentos fossem destruídos, pois a História mostra que ditaduras em processo de decomposição tendem a destruir as provas de seus crimes. Era preciso guardá-lo em local seguro.
Os processos eram públicos mas para um advogado consegui-los havia certa burocracia: era preciso entrar no prédio; se identificar na portaria; preencher um formulário; apresentar carteira da OAB; assinar um termo de compromisso; e só poderiam levar um processo por vez e devolvê-lo em 24 horas.O plano de pegar os documentos e xerocá-los foi discutido por um pequeno grupo de advogado e chegou ao ouvido de um religioso de firme atuação em direitos humanos: o pastor presbiteriano Jaime Wright cujo irmão havia desaparecido na repressão. O reverendo sabia que o “assalto branco” aos arquivos do STM poderia revelar o paradeiro de diversos presos políticos desaparecidos, inclusive o de seu irmão.
Foi durante uma viajem para recepcionar o educador Paulo Freire, que voltara do exílio, no aeroporto de Viracopos que Whight teve a idéia de chamar dois padrinhos poderosos para tocar o tão gigantesco projeto que, até então, tinha estrutura zero. Um forneceria sustentação política e o outro, ajuda financeira. Ele conseguiu o apoio do cardeal-arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns e a ajuda financeira viria do secretário do CMI Conselho Mundial de Igrejas que congregava diversas igrejas pentecostais, ortodoxas e protestantes: Philip Potter.
Assim que chegou a ajuda financeira a primeira atitude foi alugar uma sala comercial em Brasília, bem perto do STM. Isso diminuiria o trabalho braçal dos advogados. Foram alugadas três maquinas de Xerox e foram contratados seis funcionários que se revezavam em dois turnos de trabalho. Os advogados Raimundo Moreira e Luiz Eduardo Grenhalgh passaram a visitar o STM todos os dias úteis da semana e levar, cada um, um processo debaixo do braço até a turma da clonagem, que nunca conseguiu entender porque os advogados precisavam copiar tantos documentos. Mais tarde outros advogados foram chamados e se juntaram a equipe formando um grupo de doze. Com o tempo foi necessário também abrir mais um turno de trabalho e as máquina de Xerox passaram a trabalhar 24 horas por dia e 7 dia por semana. Por segurança as cópias praticamente nem esfriavam e já eram levadas para São Paulo. Em São Paulo o trabalho era mais diversificado: funcionários e colaboradores com qualificações variadas atuavam em várias frentes: microfilmagem, pesquisa, computação e análise de dados. Todas as fases eram coordenadas pelo jornalistaPaulo de Tarso Vannuchi que se juntara ao grupo por lealdade ao cardeal Arns e por ter perdido o primoAlexandre Vannuchi nos porões da repressão. Os idealizadores do Brasil: Nunca Mais tinha um plano B. Caso a sala de Brasília ou o galpão de São Paulo fossem "estourados" pela repressão: uma cópia do projeto estaria a salvo fora do país.
A tarefa parecia infinita mas não era, em 1982 chegou ao fim. A equipe conseguiu o que parecia irrealizável: obter praticamente toda a coleção dos processos políticos que tramitavam no STM entre 1964 e 1979. A memória oficial da repressão já não pertencia apenas aos militares. O documento-mãe produzido pelos pesquisadores do Brasil: Nunca Mais, chamados por eles candidamente de Projeto A, tinha 6.891 páginas divididas em 12 volumes. Ali estava a contabilidade do inferno:
- Entre 1964 e 1979, mais de 17 mil pessoas passaram pelo banco da Justiça Militar;
- 7.367 foram formalmente acusadas;
- 38,9% dos réus tinham no máximo 25 anos. Destes, 3% não tinha sequer 18 anos quando foram processados;
- 3.613 pessoas foram presas;
- 84% das prisões não haviam sido comunicadas à Justiça;
- 1.843 pessoas declararam em juízo terem sido torturadas na prisão; Das cerca de 400 mortes produzidas pela repressão, praticamente um terço incluiu o desaparecimento do corpo da vítima.
O projeto A era sem dúvida uma riqueza extraordinária, porém, suas 6.891 páginas o tornavam, praticamente inacessível para qualquer mortal. Para resolver a questão d. Evaristo Arns chamou o jornalista Ricardo Kotscho, que tinha o cardeal como uma de suas melhores fontes. O cardeal disse que Kotscho deveria trabalhar em dois turnos, pois não poderia deixar seu cargo na Folha de São Paulo a fim de não levantar suspeitas. O jornalista tremeu de medo, mas aceitou. Para fazer dupla com Kotscho o cardeal chamou o frade dominicano e ex-preso político Frei Betto. Depois de pronto era preciso uma editora para publicar o livro. Após receber várias respostas negativas de editoras laicas que estavam com medo de sofrerem alguma represália dos militares. O livro foi publicado pela editora dos franciscanos, a Vozes. O parecer da obra foi dado pelo frei Leonardo Boff, já naquela época uma das principais referências na Teologia da Libertação. O nome foi inspirado no livro Nunca Más, recentemente lançado na Argentina, que denunciava nomes e métodos da repressão que matara 30 mil pessoas naquele país entre 1976 e 1983. Depois de esperar para ver como se daria a delicada secessão presidencial onde seria empossado um presidente civil: José Sarney, que assumiu o cargo após a morte do presidente eleito Tancredo Neves, o livro foi finalmente publicado.
Quatro meses depois do lançamento do Brasil: Nunca Mais, d. Paulo finalmente liberou para a imprensa a lista com os nomes dos 444 agentes da repressão denunciados como torturadores. Foi outra bomba: em todo o país, torturadores passaram a ser apontados nas ruas, alguns chegaram a perder seus empregos. Um dos principais acusados, com 22 denúncias de tortura, o ex-tenente Marcelo Paixão, chamou num canto suas duas filhas, na época com 13 e 14 anos, e contou-lhes sobre seu passado, como relataria à revista Veja:
- Nunca disse a elas que fui um santinho. Disse a elas que não pensassem que eu não bati em alguém. Bati sim. Elas ficaram um pouco chocadas e disseram: “Pai, já sabemos, mas agora para”. Não queriam detalhes. Eu segui a minha vida. Não adianta esconder esse tipo de coisa. A verdade uma hora vem à tona.
A maioria dos acusados como o general Octavio Medeiros, preferiu calar-se. Médicos que tinham auxiliado torturadores nos porões da ditadura foram boicotados em hospitais, e em Minas e São Paulo tiveram seus registros cassados. Apesar de denuncias contundentes o número de punições foi pequeno. Na maior parte dos casos os criminosos pagaram apenas com a exposição pública de seus crimes. Passada a avalanche, d. Paulo ofereceu o acervo com mais de 1 milhão de páginas à PUC de São Paulo e a USP mas ambas, com medo de represálias, não aceitaram. A Unicamp de Campinas corajosamente, recebeu o material e ainda o disponibilizou para pesquisa. O livro feriu as Forças Armadas. Além de atingir o 444 militares torturadores listados, Brasil: Nunca Mais feriu as instituições a que eles pertenciam. Haveria troco, mas na mesma moeda: em forma de livro.
ORVIL
A caserna se enfureceu com a revelação de seus pecados. Um em especial sentiu a pancada: o Ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves. Foi ele que decidiu que o vice-presidente José Sarney deveria assumir o cargo após a morte de Tancredo Neves. Além de servir de escudo para o cambaleante governo Sarney, Leônidas também servia de escudo para os militares torturadores. Os militares toparam devolver o poder aos civis desde que não o aborrecessem com cobranças sobre o que havia acontecido nos porões da ditadura.
Ainda tentando conter a crise que desabou sobre as Forças Armadas, Leônidas teve a idéia de fazer um livro para contrapor a o livro feito pela Arquidiocese de São Paulo e mostrar o lado dos militares nesta história. Para Leônidas, o livro Brasil: Nunca Mais era parcial pois pintava os opositores do regime indiscriminadamente como heróis da democracia. Leônidas acreditava que em 1964 a sociedade havia chamado os militares para conter a bagunça sindical de João Goulart. Segundo o general, quem começou a violência foi a Esquerda com o atentado feito por militantes da Ação Popular (AP) no aeroporto dos Guararapes, no Recife, para matar o presidente militar Costa e Silva. Leônidas questionava porque d. Paulo retirou dos arquivos apenas o que interessava aos opositores do regime. E o lado feio, mau, e desajustado da Esquerda? Perguntava ele. Era verdade que os militares haviam matado cerca de 400 pessoas pela repressão, mas o Exército também tinha a sua lista: os arquivos do CIE – Centro de Informações do Exército estavam abarrotados de registros detalhados de ações violentas da Esquerda que resultaram na morte de aproximadamente cem pessoas, entre militares policiais, guardas de banco, empresários ligado à repressão e até companheiro de armas, justiçados em nome da revolução socialista.
Os militares então a pedido de Leônidas fizeram um livro retratando a versão das Forças Armadas sobre os fatos, a projeto do livro foi feito em total sigilo e foi denominado Projeto ORVIL que quer dizer livro ao contrário. A cargo do projeto ficou o coronel Agnaldo Del Nero: foi confiada a ele a missão de desconstruir o Brasil: Nunca Mais. Ele era um grande estudioso do anticomunismo, uma obra que ele amava era o livro Arquipélago Gulag do dissidente político soviético Soljenítsin que havia sido preso sobre ordem do comandante Joseph Stalin. Material para isso era o que não faltava, o coronel e sua equipe tinham a disposição milhares de toneladas de documentos produzidos pelos Serviços Secretos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Além disso, os militares estudaram depoimentos dos presos políticos e até livros escritos por ex-exilados como Fernando Gabeira, Alfredo Sirkis e Daniel Aarão Reis Filho. Depois de pronto, o resultado foi um livro dividido em dois tomos com 919 páginas. O coronel Del Nero o batizou deAs tentativas de tomada do poder.
Terminado o livro bastava apenas a permissão do presidente da República para publicá-lo, Leônidas acreditava que aquele era o momento perfeito, pois sociedade ainda estava agitada com as repercussões do livro Brasil: Nunca Mais. Foi então que o general foi até o gabinete do presidente Sarney e lhe contou sobre o livro e sobre a intenção de publicá-lo. Sarney olhou silenciosamente o livro, tendo idéia da bomba que estava em suas mãos, olhou fixamente para Leônidas e disse:- O processo de Abertura está sendo um sucesso, não vale a pena reabrir feridas do passado que já estão cicatrizando. Leônidas ficou muito aborrecido, mas como um obediente soldado acatou a decisão. A missão de Leônidas a partir dali era a de esconder o livro, o momento certo para ele ser lançado já havia passado.
A missão de esconder o livro foi bem conduzida durante 28 anos. As únicas 15 cópias do livro circularam entre um seleto grupo de militares e homens da extrema-direita. Até que, em 2007, por sorte ou por destino Lucas Figueiredo teve acesso ao livro. Ao pesquisar material para o livro Ministério do Silêncio foi até a casa de um militar que lhe mostrou o livro. Lucas Figueiredo já tinha ouvido falar da possível existência do livro ao entrevistar um ex-agente do SNI que lhe contou que o livro existia, mas ele mesmo nunca havia visto. Figueiredo pediu emprestado o livro, mas o militar disse que este livro, especificamente, ele não poderia emprestar. Depois de vários dias pensando em como ter o livro ele resolveu ligar para o militar novamente. Ao telefone desconversou, falando sobre todos os outros livros que o militar tinha lhe emprestado, até dizer que queira dar mais uma olhada em ORVIL. O militar lhe disse: - Estou de saída, vou ficar fora de casa a tarde inteira, faz o seguinte, pega o livro aqui em casa e depois você me devolve. Foi assim que depois de 28 anos foi conseguido furar o cerco ao livro secreto dos militares.
Depois de pegar o livro Lucas Figueiredo precisava atestar sua autenticidade. Para isso ligou para alguns ex-guerrilheiros citados no livro: Um deles disse que, apesar de alguns erros, manipulações e mentiras os fatos correspondiam à realidade. Outro se surpreendeu: - Eles descreveram até a cor de nossos carros usados no sequestro do embaixador americano. Só faltou dizer a cor de nossas camisas! Figueiredo também comparou com alguns documentos públicos do Exército e viu que, embora não constasse fonte, os textos eram quase idênticos. As revelações mais interessantes contidas em ORVIL são as de ações de guerrilheiros opositores do regime que mais tarde ocupariam altos cargos da República:
Oscar (VPR) – Depois de assaltar um carro-forte, ele participou da tentativa de sequestro do cônsul dos Estados Unidos em Porto Alegre, em 1971, quando tinha 19 anos de idade. Três décadas depois, o guerrilheiro juvenil se tornou prefeito de Belo Horizonte. Seu nome é Fernando Pimentel [atual ministro do governo Dilma];
Honório e Valdir (DI/GB) – fizeram parte do grupo de seqüestradores do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, em 1969. Valdir é o jornalista Franklin Martins, nomeado, quatro décadas depois do sequestro, ministro da Comunicação Social do governo Luis Inácio Lula da Silva. Honório é Fernando Gabeira, também jornalista, deputado federal desde 1995;
Daniel (Molipo) – Foi um dos 15 presos políticos trocados pelo embaixador Charles Elbrick. Como nunca chegou a pegar em armas, mesmo tendo sido treinado em Cuba, o livro secreto não lhe deu muita importância. Seu nome verdadeiro: José Dirceu, deputado federal por dois mandatos e ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula;
Mateus (ALN) – Junto com outros guerrilheiros, assaltou o trem pagador Santos-Jundiaí e o carro pagador da Massey Ferguson, em 1968. Trata-se de Aluisio Nunes Ferreira, que três décadas depois, no governo Fernando Henrique Cardoso, ocuparia o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República e posteriormente ministro da Justiça; [atualmente é senador]
Estela (Polop, Colina e VAR-Palmares) – “Papisa da subversão”, como era chamada nos processos da Justiça Militar, ela planejou e coordenou o roubo do cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo [Veja detalhes na página GUERRILHA]. A ação rendeu à VAR-Palmares 2.800.064 dólares (17 milhões de dólares em valores de 2009), até então a “expropriação” mais rentosa da história da esquerda em todo o mundo. Ela é Dilma Rousseff ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula. [atual presidenta da República];
Ficha da Dilma no DOPS: A verdadeira.
Jair (VAR-Palmares) – Outro dos assaltantes do cofre do Adhemar, ele é Carlos Minc, [foi] Ministro do Meio-ambiente do governo Lula.
(grifo meu) pp. 94-95
Fernando Henrique Cardoso – [...] um agitador que usava a fachada do prestigiado Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) para se reunir com “subversivos” que buscavam nele uma “inspiração”.
José Serra aparecia como “ativo pombo correio” de uma frente criada no exterior para supostamente denegrir a imagem do Brasil com “notícias deturpadas” e “falsas denúncias” de assassinato e tortura de presos políticos.
pp. 97-98
RESGATANDO A HONRA DE JOSÉ GENUÍNO
Em ORVIL, ao contar a história do guerrilheiro Geraldo codinome de Genuíno (um do poucos sobreviventes daGuerrilha do Araguaia) o Exército acaba fazendo uma das revelações mais inesperadas do livro. Durante a redemocratização o Exército espalhou a lenda de que José Genuíno havia entregado os companheiros facilmente, sem ter sido torturado, apenas por medo: “- Entregou os companheiros sem levar uma tapa se quer” como vive tagarelando o deputado Jair Bolsonaro, principal disseminador de mentiras da extrema-direita. José Genuíno nunca teve problemas para se tornar uma importante figura política do PT e da Esquerda, mas a lenda de traidor o perseguia. Foi então que, ao analisar o livro ORVIL, Lucas Figueiredo pôs fim à mentira. O livro dizia que Genuíno havia mesmo entregado os destacamentos de guerrilheiros do PCdoB. Mas logo depois se contradizia: relatando que Genuíno forneceu informações de áreas que haviam sido destruídas nos primeiros dez dias de atuação das Força Armadas. Ou seja, o ORVIL confirmou o que Genuíno sempre dissera: havia dado informações verídicas aos seus interrogadores, mas essas informações eram calculadamente ultrapassadas.
FATOS OCORRIDOS NA DITADURA COM A INTERPRETAÇÃO DOS MILITARES
GOLPE MILITAR
“revolução democrática”
TORTURA
“farsa plantada pela esquerda”
DESAPARECIDOS POLÍTICOS
“todos os subversivos presos permanecem vivos e foram postos em liberdade”
CORTEJO AO CORPO DO ESTUDANTE EDSON LUIS
“baderna”
PRISÃO DE ESTUDANTES NO CONGRESSO SECRETO DA UNE EM 1968
“drogas, bebidas alcoólicas e grande quantidade de preservativos já utilizados”
MOVIMENTO ESTUDANTIL MINEIRO
"motor da guerra revolucionária”
SEQUESTRO DE DIPLOMATAS
“terceira tentativa de tomada do poder”
ASSASSINATO DE VLADIMIR HERZOG
“suicídio lamentável”
DIRETAS JÁ E CRIAÇÃO DO PT
“Quarta tentativa de tomada do poder pelos comunistas”
AS VÍTIMAS DA ESQUERDA
Assim como o livro BRASIL: NUNCA MAIS denunciava os crimes dos militares o livro ORVIL denunciava os crimes da Esquerda que com o passar dos anos escondeu suas ações autoritárias e violentas, preferindo criar o mito de que o único objetivo da luta armada era a democracia. O livro secreto demonstra que o restabelecimento da democracia nunca esteve nos planos da Esquerda armada que queria outra ditadura: a ditadura do proletariado. A Esquerda cometeu ao todo menos de 100 crimes, dentre eles:
O assassinato do capitão dos Estados Unidos Charles Chandler, em 1968, sob a acusação (nunca comprovada) de que era agente da CIA.
E o de Henning Boilesen, assassinado pela guerrilha em 1971: a Esquerda dizia que ele patrocinava a Oban (verdade) e que era espião da CIA (mentira) [Veja o documentário Cidadão Boilesen]
Dentre os crimes da Esquerda Armada o mais vergonhoso talvez seja os “justiçamentos”: que é quando os militantes se tornam, ao mesmo tempo, tribunal e carrascos: julgam e depois executam companheiros suspeitos de traição. [Saiba mais sobre isso na entrevista com o ex-guerrilheiro Jacob Gorender]
O PRÓPRIO EXÉRCITO ENTREGOU SEUS CRIMES
ORVIL foi criado pelo Exército com o objetivo se defender e justificar seus atos. Mas Lucas Figueiredo, ao analisar o livro, descobriu que o Exército acabou, sem querer, assumindo 22 crimes que ele sempre negara.
Abaixo a lista de mortos que o Exército acabou assumindo no livro:
- Alcery Gomes da Silva
- André Grabois
- Antônio Carlos Monteiro Teixeira
- Antônio dos Três Reis Oliveira
- Bergson Gurjão Farias
- Ciro Flávio Salazar de Oliveira
- Francisco José de Oliveira
- João Guarlberto Calatrone
- Divino Ferreira de Souza
- Boanerges de Souza Massa
- Helenira Resende de Souza Nazareth
- Idalísio Soares Aranha Filho
- Jeová Assis Gomes
- João Carlos Haas Sobrinho
- Joelson Crispim
- José Toledo de Oliveira
- Kleber Lemos da Silva
- Maria Lucia Petit da Silva
- Miguel Pereira do Santos
- Manoel José Nurchis
- Ruy Carlos Vieira Berbert
- Wânio José de Mattos
[...] o Orvil era a prova de que o Exército não só sabia que aqueles guerrilheiros estavam mortos como conhecia o destino dado aos corpos. O livro secreto era a evidência material de que a força terrestre ocultava, além de ossos, uma parte da história do Brasil. P. 146
SOBRE O PARTIDO DOS TRABALHADORES
Segundo o livro ORVIL a organização mais temida pelo militares não era nenhuma que havia participado da luta armada. Era o Partido dos Trabalhadores - PT, fundado em 1980, o partido seria uma incubadora de terroristas. O livro afirmava que o partido de Lula não poderia ser considerado revolucionário ainda, mas para isso acontecer bastava que uma organização marxista e revolucionária chegasse à direção do partido. Segundo Daniel Aarão Rei Filho, ex-guerrilheiro do MR-8 e hoje um dos mais respeitados historiadores do país, essa tese é furada. A Esquerda passou por um processo de metamorfose: os guerrilheiros abandonaram as armas e aceitaram jogar o jogo da democracia. Coisa que os analistas de Direita têm dificuldade de perceber ou admitir.
Figueiredo, Lucas, 1968
Olho por olho: os livros secretos da ditadura / Lucas Figueiredo. - Rio de Janeiro: Record, 2009.
Veja a entrevista de Lucas Figueiredo
Veja a entrevista de dom Paulo Evaristo Arns
Veja a entrevista do general Leônidas Pires Gonçalves
Baixe o livro Brasil: Nunca Mais
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