As crianças são as maiores vítimas da investida israelense contra o território palestino. Pelos menos 25 foram mortas
Agência Efe
Palestinas choram durante enterros de civis na Cidade de Gaza. Pelo menos 25 crianças foram mortas em bombardeios israelenses
A ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza completou seis dias nesta segunda-feira (19/11), com um elevado número de civis mortos no território palestino. As Forças Armadas de Israel admitiram que dos 95 palestinos mortos nos bombardeios até o momento, pelo menos um terço não tinha nenhum envolvimento com o conflito. Os oficiais também reconheceram ter atingido por engano a casa de uma família palestina neste domingo (18/11) no ataque mais letal dos últimos dias.
Durante os ataques desta madrugada, pelo menos 15 pessoas foram mortas e mais de 70 ficaram feridas. Segundo fontes médicas citadas pelo jornal palestino Maan, as vítimas eram civis e incluem uma senhora de 60 anos, uma criança de 4 anos e um bebê de 18 meses. De acordo com fontes em Gaza, pelo menos 25 crianças morreram até o momento. Ontem o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) lamentou a escalada da violência e pediu um cessar-fogo imediato.
Por outro lado, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais da metade das pessoas mortas na operação militar israelense era civil até este domingo. O porta-voz da organização disse que pelo menos 750 palestinos estão feridos e muitos enfrentam risco de morte nos hospitais superlotados.
Ontem, jatos israelenses bombardearam uma casa na cidade de Gaza e mataram 11 membros da família palestina Al Dullu. Cinco mulheres, incluindo uma idosa de 80 anos, e quatro crianças, estão entre as vítimas deste ataque, que foi considerado o mais letal da operação. Testemunhas disseram que sobraram apenas destroços da residência no bairro de Sheikh Radwan.
Oficiais israelenses admitiram que as tropas bombardearam o edifício “por engano” devido a um erro técnico ainda não esclarecido, indicou o jornal Haaretz. Segundo as fontes citadas, os militares tinham como objetivo atingir um líder do Hamas, mas acabaram matando “civis desarmados, incluindo crianças e bebês”.
Agência Efe (19/11)
Palestinos carregam crianças mortas em um bombardeio israelense contra casa de uma família de civis palestinos na Faixa de Gaza
Poucas horas antes, pelo menos três crianças, incluindo um recém-nascido, e duas mulheres, foram mortas em um bombardeio no campo de refugiados de Bureij, informou a rede Al Jazeera.
O número de civis palestinos mortos deve aumentar ainda mais nos próximos dias com a intensificação dos ataques israelenses e a falta de indícios de que o governo encerre a operação chamada de Pilar Defensivo. Pelo contrário, as autoridades do país apontaram que pretendem expandir a ofensiva militar e mais de 75 mil oficiais de reserva já foram convocados para uma possível invasão terrestre na Faixa de Gaza.
Massacre deliberado
Palestinos temem que a operação "Chumbo Fundido", que deixou mais milhares de mortos entre 2008 e 2009, se repita. Na ocasião, em apenas 22 dias de ataques israelenses, 1.434 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza. De acordo com dados do Centro Palestino de Direitos Humanos, apenas 235 dos mortos eram combatentes e a vasta maioria (1.259), civis.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas acusou Israel de ter usado de “força desproporcional” naquele período. Segundo investigação de setembro de 2009, a operação “foi cuidadosamente planejada em todas as suas fases como um ataque deliberadamente desproporcional concebido para punir, humilhar e aterrorizar a população civil palestina”.
Em setembro deste ano, o órgão concluiu que apenas 25% dos edifícios danificados durante o massacre de 2009 foram reconstruídos.
* Com informações da Agência Globo, Haaretz, Agência Efe, AFP e Manan
FONTE: OperaMundi
FONTE: OperaMundi
Nenhum comentário:
Postar um comentário