segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Líder guarani-kaiowá relata situação no MS

Liderança mostra descrença na Justiça e diz que última decisão não resolve o problema. 
Por Alexandre Bazzan
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Oriel Benites, uma das lideranças guarani-kaiowá, participou de debate na quarta-feira (31/10), na USP, em São Paulo, e conversou com jornalistas a respeito da situação dos indígenas no Mato Grosso do Sul (confira mais no vídeo do depoimento abaixo).
Ele começou fazendo um apelo para que se pressione as autoridades responsáveis: "A gente pede muito o apoio de vocês pra quem possa pressionar o governo para resolver isso de forma pacífica."
Morisidade da Justiça
A morosidade da Justiça em homologar as terras e punir agressores faz com que a morte de indígenas se torne uma constante. "Nesses últimos anos se tornou normal matar índios e sumir com os corpos", diz Benites citando ainda o desaparecimento de Rolindo Vera, Nízio Gomes e Eduardo Pires, considerados mortos, mas cujos corpos foram levados por jagunços. Em alguns casos, mesmo com testemunhas do assassinato, as investigações não andam: "Não sei se a Justiça tá trabalhando ou se eles querem por mais pedra no nosso problema", afirmou.
Sobre o divulgado suicídio coletivo, Oriel foi categórico ao dizer que "Isso não é verdade. Nós jamais vamos desistir da luta, nós somos genuinamente americanos". Ele afirma que "Independente da justiça brasileira, a gente não vai sair (da área que retomaram nos municípios de Paranhos e Iguatemi, região de Dourados, Mato Grosso do Sul) nem por bem nem por mal... Se a Justiça acha que é melhor matar os indígenas, nós vamos morrer, mas nós não vamos sair."
Na terça-feira (30) a Justiça Federal decidiu por manter os indígenas em suas terras, mas Oriel não acha que isso resolva muita coisa: "Essa decisão da Justiça só vai amenizar a disputa". Para ele "A Justiça precisa punir os assassinos que mataram as lideranças e que mostrem onde estão os corpos. Em segundo lugar, que demarque a nossa terra, o relatório tá pronto."
Oriel Benites transparece a indignação e desesperança indígena com a Justiça e o órgão responsável por auxiliá-los: "A Funai eu não sei o que tá fazendo. O governo precisa criar uma política de segurança aos povos indígenas."

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