terça-feira, 13 de novembro de 2012

Tucano que chamou senadores de "ladrões" tem bens bloqueados

AGUIRRE TALENTO

O senador Mário Couto (PSDB-PA) --que no mês passado, sem citar nomes, chamou de "ladrões" seus colegas de Senado-- teve bens bloqueados pela Justiça do Pará por suposto envolvimento em um esquema de fraudes em licitações na Assembleia Legislativa do Pará, quando foi presidente da Casa (2003-2007).

O caso ganhou repercussão pela descoberta da contratação de uma fábrica de tapioca para realizar serviços de engenharia, dentre outras supostas fraudes. O senador afirma que não tinha conhecimento dos casos.

Lula Marques/Folhapress
O senador Mario Couto (PSDB-PA)
O senador Mario Couto (PSDB-PA)
O Ministério Público do Pará pede que Couto e outros acusados devolvam R$ 13 milhões aos cofres públicos, valor das licitações no período de 2004 a 2007.

Foi justamente desse valor de R$ 13 milhões que o juiz Elder da Costa determinou o bloqueio dos bens de Couto e outros cinco acusados.

Como presidente da Assembleia, cabia ao senador Mário Couto ordenar e fiscalizar a execução de despesas, motivo pelo qual é um dos acusados na ação.

Ele também é acusado em uma outra ação sobre supostas fraudes na folha de pagamento da Assembleia, com contratação de funcionários fantasmas. Seus bens chegaram a ser bloqueados e, após recurso, ele conseguiu derrubar o bloqueio.

No mês passado, Couto fez um discurso no Senado pedindo aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que "limpem" o Congresso Nacional. "Vejam o patrimônio de cada senador. Não engavetem os processos desses ladrões que estão aqui", afirmou na tribuna do Senado.

Couto diz que irá recorrer da decisão. "Na primeira vez, em outro processo, o tribunal cassou a decisão que bloqueou meus bens. O juiz, não satisfeito, determinou de novo", afirmou.

O senador diz que não tinha conhecimento das supostas fraudes e que o Ministério Público não encontrou provas de que ele se beneficiou. "Eles dizem que eu errei por omissão, por não ter percebido as fraudes. Procuraram o ano inteiro e não conseguiram nenhuma prova contra mim", disse.

FONTE: Folha de S.Paulo

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