No desenho, Jesus não poderia ter nascido na cidade palestina de Belém nos dias atuais por conta de bloqueio israelense
Um cartão de Natal pouco convencional está sendo compartilhado ao redor do mundo por milhares de pessoas nas redes sociais. A paisagem tradicional bíblica de José e Maria – que aparece montada em um burro – caminhando em direção à estrela de Belém, onde Jesus nasceria, não seria nada estranha se não fosse pelo extenso e alto muro que interrompe o seu caminho.
O artista britânico Banksy dá o seu toque à data religiosa, lembrando que Cristo não poderia ter nascido no estábulo na cidade palestina nos dias atuais. José e Maria, assim como milhares de palestinos residentes de Nazaré (nome atual de Galileia), não poderiam sair de sua cidade e caminhar até Belém, na Cisjordânia, que está, totalmente, cercada pelo muro construído por Israel.
Grafite do artista britânico no "muro da vergonha" em Belém, cidade palestina onde nasceu Jesus
O muro de concreto, de 760 quilômetros de extensão e cerca de 8 metros de altura, começou a ser construído pelo governo israelense em 2002 e já está quase concluído. Com o suposto propósito de evitar a passagem de terroristas nas áreas de Israel, a “barreira da separação” coincide em apenas 20% com a Linha do Armistício de 1949. O restante, está situado em território, por lei, palestino.
Classificado como “muro do apartheid”, essa construção foi criticada por autoridades e entidades internacionais, como as Nações Unidas e a Corte Internacional de Justiça, além de receber a atenção de artistas como Banksy.
Por meio de grafites e stencils, o britânico imprimiu o seu tom irônico e sarcástico no muro do lado palestino. Uma janela, uma cortina, uma vidraça quebrada e balões furam o bloqueio israelense e levam o povo palestino a enxergar o “outro lado” que aparece como praia, céu ou rio.
(Grafite de Banksy no muro israelense na Cisjordânia mostra garota voando para o outro lado do muro por meio de balões)
Agora, o artista britânico, de identidade real desconhecida, faz com que a Sagrada Família enfrente o apartheid.
FONTE: OperaMundi
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